
Acho que foi em março de 2005. Lembro-me da primeira matéria que fiz para o Jornal A Razão sobre um novo bar que abriria na Floriano Peixoto. Chegando no local, conversei com os pedreiros que faziam os últimos retoques. Gentilmente, pararam os trabalhos para conversar comigo sobre a proposta do bar. O título da matéria, que saiu na capa do Caderno Teen, foi "Mais que um bar". A idéia era fazer do Macondo não somente um barzinho, mas um local de encontro, de atividades culturais, enfim, de ações que parecessem interessantes. Como assim? Muitos frequentadores podem dizer que o Macondo é um mero bar. Se for somente isso, ainda assim é digno de méritos porque é um bar bem legal, que traz bandas interessantes e promove festas interessantes.
Eu me sinto parte da história do Macondo, porque acompanhei, mesmo que não tão assiduamente, a sua trajetória. E acredito que aos poucos o Macondo está conseguindo concretizar suas propostas de ser "mais que um bar." O local já foi espaço para várias exposições artísticas, performances teatrais e musicais, abriga e apóia o Mercado das Pulgas, e agora tem até uma sala específica para intervenções culturais diversas, a Sala Dobradiça. Semana passada abriu suas portas na quarta-feira para a festa do Território Independente. São atividades que tem envolvido grupos e não somente as pessoas que trabalham diretamente no bar.
O Macondo se abre. E se descentraliza, promovendo o Macondo Circus, festival que reúne bandas de diferentes estilos e promove debates sobre o mercado musical, aliando música e conversação num ambiente de ar puro. Tem também a participação do Casas Associadas e a promoção de encontros para falar sobre bandas independentes.
O Macondo tem trazido bandas bem interessantes, inclusive de outros Estados. Mas suas festas consagradas também são muito populares: Clube da Criança Junkie, Fetich Fest, Samba Esquema Novo, Bubblegum, Femme Fatale, Studio 54. Eu sou fã das últimas três porque são festas dançantes.
Outra coisa muito legal no Macondo são as pessoas. Desde os donos do empreendimento até os estranhos. O bar tem um público bem diverso. De estudantes secundaristas a quarentões, cinquentões. Homo, Hetero, bi. Emos, bichos-grilo, metaleiros, patricinhas e mauricinhos; todo mundo '"convivendo"; todo mundo querendo a mesma coisa: se divertir num lugar legal e ver outras pessoas.
Mas é óbvio que o Macondo tem deficiências. E comemorar aniversário também é fazer planos para melhorar.
- o site é ruim, desorganizado, não-funcional. Quase nada funciona bem. As notícias não são notícias, não existe release, só a imagem do cartaz do evento; não se atualiza mais as exposições artísticas e não há mais postagens de fotos da festa. A home é ruim, confusa. O que gosto do site é a logomarca antiga e as cores. Aliás, não gostei da nova logo (foto). É infantil, mal feita e não diz nada. A logo anterior era boa, bem resolvida, verdadeira. Poderiam ter mudado, mas mantendo a estrutura da antiga. Mas, tudo bem, tem quem tenha gostado.
-também não há um sistema eficiente para divulgar as festas através de email.
Acho que mesmo com um público "garantido", o Macondo não pode descuidar de divulgar suas festas e registrar os eventos, ou seja, midiatizar-se.
-a iluminação também poderia ser mais incrementada, assim como a decoração.
-as bandas não precisam começar a tocar as 2h da manhã só porque é sexta ou sábado.
-algumas festas estão ficando com o repertório semelhante ou muito repetitivo.
-a volta de uma televisão num cantinho do bar , quem sabe na parte de baixo, é algo a ser pensado. No antigo, na Floriano, tinha.
-poderiam vender Polar, hehe. E servir petiscos.
Bei!!! Me estendi demais.
Parabéns Macondo!
E beijo para minha amigona, Manuela, parceira de Macondo, que agora está morando em Rosário do Sul.
(Este texto é dedicado ao Tv Eye).