terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mostra local do SMVC sem nenhum destaque

Então...Fui conferir a Mostra Competitiva Local do SMVC ontem à noite. Este ano está tudo na Praça Saldanha Marinho. A estrutura até que ficou boa. A imagem está legal, mas o áudio nem tanto. Gostava de ver os filmes no Theatro. A praça é ótima, mas dispersa a gente. O ideal é sentar lá na frente mesmo pra entrar no clima. Como ontem fiquei no fundão, não consegui dedicar muita atenção aos filmes. Também porque não havia nada muito interessante que me prendesse a atenção.
E aí ficamos naquele dilema: ficar conversando com pessoas legais que a gente encontra ou largá-las para ver as produções locais.

Enfim, achei fraca a mostra local. Cinco ficções e quatro documentários (tem dois vídeos institucionais que não sei se podem ser classificados como documentários). Nada muito interessante. Domínio das produções da UNIFRA.
Não entendi porque a ficção "Fora de Validade" está na mostra nacional. A trilha do filme, que trata de um sequestro, é para ser tensa, mas eu achei irritante. Trama confusa. Atuações ruins. Não consegui prestar atenção no filme. OK. Estava de má vontade, talvez.

O Fabrício Koltermann, diretor "restinguense" da ficção "No fundo do buraco" descobriu como fazer vídeos que agradem o público. Com um roteiro não óbvio, personagens engraçados e inspirados, e uma linguagem que mistura ficção e documento, consegue divertir o espectador. No meio de tanta coisa sem graça, um filme que faz rir ganha o público e o júri. Não é um filme enfadonho e nem pretensioso. No entanto, Fabrício peca por pegar as mesmas pessoas da comunidade para interpretar os personagens que, aliás, tem traços muito semelhantes aos personagens dos outros filmes do diretor. Algumas atuações são artificiais, caricatas e exageradas demais. Mesmo assim, foi legal ver os atores do filme, de Restinga, lá na Praça prestigiando uma produção da região. Impagáveis os depoimentos dos jornalistas Homero e Luis do Diário de SM, e de um engenheiro florestal que tenta "explicar" a formação geológica do Buraco Fundo.

Gostei muito do texto e da linguagem do filme "veloz". Essa temática do tempo e do momento é sempre interessante.

E foi divertido ver "O Paladino", haha. Jovens acampando e um assassino no meio da mata é o que há de mais clichê do estilo Jason, mas eu gostei, hihi.Pelo menos tem facadas, sangue, uma mocinha histérica e um assassino vestido de gaúcho, haha. Uma releitura gaúcha do Jason.

Agora, muito chato ver vídeos institucionais travestidos de documentários. "Olhares de Santa Maria" é uma chatice só. E é bem provável que leve um dos prêmios. Sinceramente. Quem é que quer ver e ouvir pessoas falando sobre Santa Maria?Argh! Dá pra passar o vídeo no aniversário da cidade. Tem até a música símbolo do Beto Pires. No youtube tem vídeo institucional melhor até. Hihi.

E o filme sobre Silveira Martins. Muito chato! É vídeo pra prefeitura passar nessas Mostras Gastronômicas, pra vender a cidade. Na verdade, nem consegui ver inteiro. Isso é filme de Festival?

A Facos/UFSM, mais uma vez, não inscreveu vídeos no SMVC. Uma pena que as produções estagnaram. Há um estúdio, há uma TV, há pessoas envolvidas em longas. Mas não há documentários sendo produzidos.

(a foto é do site do SMVC)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

drugs again

Elerê!!!
O assunto DRUGS está rendendo...Adoro quando comentam.

É polêmico mesmo.
Olha só. Em agosto, o Marcos Rolim, que fala com muita propriedade sobre drogas, violência e sistema carcerário, em sua coluna na Zero Hora, comentou sobre uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo que submeteu 50 dependentes químicos de crack a um tratamento experimental de redução de danos. O grupo foi tratado com maconha e 68% trocou o crack pela maconha. Depois de três anos, todos os que fizeram a troca pararam de usar a droga. Não usaram mais crack ou maconha.Pois bem. No outro dia, a ZH se encarregou de publicar uma reportagem com especialistas em dependência química que discordaram veementemente da pesquisa citada por Rolim e ainda afirmaram que todos os viciados em cocaína e crack passaram pela maconha ou pelo álcool.
Enfim, a repercussão histérica contra a pesquisa comentada por Rolim só mostrou que QUALQUER coisa que se fale sobre o assunto que não se encaixe no senso comum é imediatamente rejeitada.

Pois ontem, Rolim, através do Twitter, mandou um link para uma entrevista com o jornalista e comentarista político Glen Greenwald, que escreveu um relatório sobre os oito anos de descriminalização do uso de drogas em Portugal para o Instituto CATO dos Estados Unidos.
Em Portugal, o uso de drogas está descriminalizado desde 2001. O tráfico continua sendo ilegal. "Ele descreve como a descriminalização foi concebida, o que os dados portugueses nos dizem em comparação com outros países da União Europeia e que a descriminalização levou a uma queda no uso de drogas entre jovens".

O texto completo está aqui. Vale a pena dar uma olhada nos comments do texto.
São considerações interessantes. Para continuar pensando...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Drogas. PF quer treinar professores...Mídia apóia

O assunto é...drogas. Elas estão na mídia. Nos jornais do grupo RBS, nas campanhas, nas reportagens e na novela também. Passione não foge do estereótipo e mostra a fissura exacerbada de um "drogado".
No geral, o discurso veiculado pela mídia sobre as drogas é o proibicionista, que prega que as drogas matam e devem ser banidas. E ponto final. Sem problematizações. Não se pensa muito.

Por isso, o curso de Psicologia da Ulbra resolveu pensar sobre o tema e promoveu o Seminário "As drogas na mídia". Como mediadora, participei da mesa-redonda que aconteceu no dia 18. " O encontro foi na quarta-feira passada e eu fui lá para mediar, hehe.
Para debater o assunto estavam a socióloga Flávia da Silva, a psicóloga e professora da UFSM, Adriane Roso, a vereadora Helen Cabral e o agente da Polícia Federal, Osmar de Moraes.

Foi interessante...deu pra ter uma ideia de como cada um encara esta questão.

A vereadora Helen falou bem até, mas tem aquele péssimo vício de políticos: fala demais e não é objetiva. Divaga muito e consome o tempo do debate circundando o assunto na tentativa de contextualizá-lo.

Osmar, que trabalha no grupo de prevenção da PF, enfatizou que a mídia deve mostrar os malefícios das drogas. "A mídia tem que dizer que o crack mata", afirmou. (Peraí! Ela já não faz isso o tempo todo?). Na opinião do agente, é urgente e necessário que a mídia publicize a composição química do crack. "Ninguém publica a fórmula do crack. É uma briga que eu tenho com veículos da mídia". Na opinião do agente, se as pessoas souberem todas as substâncias que o crack tem elas vão combater a droga com mais força. (será que vão mesmo?)

Para a professora e psicóloga Adriane Roso, a mídia divulga um único pensamento ou posicionamento sobre drogas. A mídia não dá voz a outro tipo de pensar. Ela lembrou que as drogas também produzem prazer e que isso pouco é discutido.

A Flávia falou da importância de problematizar a palavra "droga", aspecto que não é permitido no campo proibicionista que domina os discursos sobre o assunto. Também citou o uso irracional de medicamentos, a ritalina que dão para as crianças na escola e de como isso é permitido e difundido. E criticou o estigma de violência que costuma ser atribuída a usuários de drogas. Como combater algo que não é físico, palpável, que não tem vida. O que é combater as drogas?

Para o agente da PF, os assaltos e a violência em geral tem envolvimento de usuários de crack. Para ele, não existem políticas estatais de prevenção. Por isso, defendeu a presença da PF nas escolas para ela fazer o que os professores, na opinião dele, não sabem fazer: falar sobre drogas para as crianças: "Os professores não sabem distinguir loló de cola. Não sabem a composição química das drogas". Afirmou ainda que os professores precisam de treinamento sobre drogas. (assustador né, gente. Esta é a postura da PF hoje: estar dentro das escolas e treinar professores para falarem sobre drogas). E isso, com certeza, tem apoio da mídia.


Em relação a esta questão da educacão, do falar com as crianças, Adriane falou o seguinte: "Nós não podemos ensinar o amor; nós temos que ser o amor".

E eu não estou fazendo aqui apologia às drogas. Mas que é preciso pensar sobre o assunto, é preciso...

voltando...

Cheguei, pessoal!. Muitas coisas pra dizer...para os meus leitores...para mim mesma...Sim, muita besteira, muito pitaco...

Lista do que comentar:
-evento que participei semana passada: com muito atraso, mas merece um post.
-política: calçadão, materiais gráficos, programas de televisão.
-stress da dissertação: assunto meio chato; melhor não falar
-eventos locais que a mídia santa-mariense ignora: é uma boa...
- bobagens no geral

domingo, 22 de agosto de 2010

novo post em algumas horas...

Hoje este blog será atualizado...eeeeeeee...depois de dias e dias...
vergonhaaaaaaaa
é que andei ocupada com tarefas acadêmicas, resfriados e por desleixo mesmo...
really sorry...a semana foi corrida, mas isso também não é desculpa.

Enquanto isso, como diz uma amiga minha, bjo, me segue...
http://twitter.com/silvanadalmaso

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

as drogas na mídia

Ahá. Este tema, polêmico, complexo, bombástico, será discutido na Ulbra a partir dessa terça-feira. Estou fazendo a propaganda aqui porque me convidaram para mediar o debate. Sim, pasmem!!Euzinha!!!!

Fiquei tri contente, mas apreensiva também porque não tenho experiências em mediar debates. Poderá ser legal. Ou um desastre. Pra mim, óbvio.

Fui convidada por ter dados uns palpites sobre a campanha Crack nem pensar aqui neste blog. A postagem é de junho do ano passado; o mais interessante para quem quiser lê-la novamente, são os comentários. Deu um bom debate. Em outro post, em maio deste ano, eu comentei sobre a campanha da APUSM e da Polícia Federal.

O assunto é polêmico mesmo e deve ser discutido. E por isso eu parabenizo a iniciativa da Ulbra.
O evento começa nessa terça-feira, às 19h30, com a palestra "Campanha sobre drogas na mídia: estratégias de midiatização", ministrada pelo professor Arnaldo Chagas.
Na quarta-feira, às 19h30, ocorre a mesa redonda: Drogas na Mídia.
Os participantes sao a psicóloga Adriane Roso, o agente da Polícia Federal, Osmar de Moraes, a vereadora e vice-presidente da Comissao de Combate ao Crack, Helen Cabral e a socióloga Flávia Costa da Silva.
E eu, hehe. Mediando. Tentando.

sábado, 14 de agosto de 2010

baixarias?

Olha aí a capa da semana da Revista Época. Começou a baixaria, será?

A chamada da edição impressa no site é:
O que os processos da Justiça Militar revelam sobre a jovem que se tornou líder de uma das organizações que pegaram em armas contra o Governo no final dos anos 60.

No site, não tem como acessar a matéria, mas não deve ser lá muito favorável à Dilma, hehe.
Em plena campanha à Presidência, a Época resolve mostrar o passado de Dilma. A Revista vai fazer isso com os outros candidatos também?

Embaixo da manchete da revista dá pra ler ali: "documentos inéditos revelam uma história que ela não gosta de lembrar: seu papel na luta armada contra o regime militar". E quem é que gosta de lembrar da época da ditadura. Ainda mais os que eram prejudicados, os que não tinham liberdade de pensamento e expressão.

Documentos inéditos....sei. Tomara que estes documentos não sejam fichas do Dops, falsificadas e pegadas da Internet, como fez a Folha de S. Paulo.

Olha...complicado...Depois do papel RIDÍCULO que William Bonner e Fátima Bernardes fizeram na entrevista de Dilma no JN, eu não duvido mais de nada que venha dessa nossa imprensa. Argh!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

midiatices

A semana midiática começou com a RBS detonando com a Câmara de Vereadores de Triunfo. O repórter da câmera escondida, Giovani Grizotti, desta vez entrou em ação gravando imagens de vereadores fazendo turismo em Foz do Iguaçu, com parentes, às custas de diárias pagas pela Câmara. Realmente lamentável.

E é sempre igual. A TV mostra o escândalo, a polícia vai atrás, óbvio, o Ministério Público também. Sim, se não fizerem alguma coisa imediatamente, vão ser cobrados pela própria mídia.

A população do município de Triunfo, hipócrita, vai protestar na Câmara contra os vereadores "corruptos". Eu acho muuuuuuito irritante ver na televisão os moradores da cidade "indignados". E a RBS vai até lá mostrar a movimentação que ela mesmo tratou de produzir. Parece fotógrafo que orienta as pessoas a agirem de um determinado modo para tirarem a foto que vai "reproduzir o real".

Eca, eca, eca. Uma colega minha, a Patrícia, me disse hoje que está indiganda também com essas matérias. Para ela, a RBS mostra o caso com superficialidade na medida em que não aborda outras questões envolvidas como o fato da população ter elegido esses vereadores que agora viraram seu alvo de protesto. Pois é né. Não há interesse em ampliar a discussão, Pati. As matérias esgotam-se na denúncia e só. É o fato por ele mesmo. Sem relações.

Aliás, foi de dar enjôo ver o Lasier Martins atirar no chão os diplomas falsos dos cursos dos vereadores acusados de irregularidades. Performatividade barata!!! Os apresentadores do JA agora ficam em pé. Como o Lasier não tem o que fazer com as mãos, deve ter adorado atirar no chão os tais certificados.

Óbvio que é um absurdo ver o que estes vereadores fazem com as diárias das Câmaras. Diárias que tem valores aprovados por lei, haha. E o Tribunal de Contas que vive enchendo o saco do Legislativo por questões menores, nisso não se mete muito. E os tais setores de "controle interno" dos Legislativos? Não deveriam ficar atentos a esta tipo de coisa? Na verdade, eles não conseguem dar conta dessas questões porque vivem para responder a questionamentos muitas vezes sem propósito do Tribunal de Contas.

É o sistema. Não sei porque as pessoas se surpreendem tanto com essas coisas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Novos pais

No post anterior, esqueci de parabenizar todos os pais da família, principalmente os novatos.

A gente começa a se sentir mais velha quando os primos-irmãos começam a virar pais, haha. Caso dos meus primos Serginho, pai do Guilherme, Paulinho, pai da Lara e da Letícia, Rodrigo, pai do Augusto. Estes são da família Copetti (será que esqueci alguém?).
Por parte dos Dalmaso, tenho primos bem mais velhos, que já tem filhos - meus primos em segundo grau-com idade de serem pais, então não conta. Ha!! Beijo para o Luciano, pai do Pedro. Parece que tem mais um novo Dalmaso pretendente a pai, mas não sei se dá pra revelar aqui, haha.

Um beijo para os recém babos...

domingo, 8 de agosto de 2010

meus pais


Eu sei que hoje é dia dos pais, mas eu vou homenagear o meu pai e a minha mãe também. Porque os dois são pai e mãe, sejá lá o que isso quer dizer...

Meus pais são criaturas fantásticas. Eles são os responsáveis, ou irresponsáveis, por eu estar neste mundão...


Selecionei uma foto muuuuito antiga da família, porque é mais meigo ver crianças do que os barbados atuais, hahaha. Da esquerda para a direita, meu pai amado, querido, ao lado, o Pedro cabeção com cara de assustado, a mãe lindona com Alice micro baby no colo, totalmente inconsciente da situação; ao lado, Lúcia superóculos e eu, virada em franja.

Mãe e pai: amo vocês. Obrigada por tudo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aborto

No domingo, eu já havia me manifestado no Twitter sobre a fatídica matéria do Fantástico que mostrou clínicas de aborto no Brasil, no último domingo. A reportagem recebeu muitas críticas por ter tratado o tema somente do ponto de vista da ilegalidade e por ter mostrado só clínicas da periferia. E, óbvio, tudo foi feito com câmeras escondidas; a maneira mais rasteira de mostrar a "realidade".

Rendeu muito polêmica e manifestações, como a que segue abaixo, assinada pela Marcha Mundial das Mulheres:

Moção de Repúdio contra a ação criminosa da Rede Globo em relação às mulheres que praticam aborto

É “fantástico” como a Rede Globo, ao longo dos últimos anos, tem cumprido um papel de afirmar e incrementar visões conservadoras na sociedade brasileira de forma geral, e de reafirmar a ideia do aborto como assassinato, em particular. As novelas da Globo têm sido o principal instrumento para veicular esta visão de aborto como crime e taxar as mulheres que o praticam de assassinas.

Não bastasse, esta emissora tem também assumido um papel policialesco, ao produzir reportagens para criminalizar e denunciar o aborto clandestino. Não podemos esquecer que o estouro de uma clínica no Mato Grosso do Sul, no final de 2007, que resultou na exposição pública do nome de dez mil mulheres e na condenação de trabalhadoras e de mulheres que fizeram aborto, foi desencadeada a partir da ação desta emissora, após denúncia feita contra a clínica.

A partir deste episódio, tem se desenvolvido no Brasil uma ação sem precedentes de criminalização do aborto. Inclusive com a proposta de uma CPI do aborto, contra a qual os movimentos têm lutado. Sabemos que a Rede Globo não está sozinha. Ela se articula com o setores mais conservadores da sociedade, que reúne parlamentares e igreja católica, com o intuito de retroceder nos poucos avanços que as mulheres conquistaram na área dos direitos reprodutivos.

Neste domingo, 1º de agosto, o programa Fantástico fez uma reportagem no mínimo revoltante. Em uma ação policialesca, entrou em clinicas clandestinas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro para denunciar o aborto clandestino. Como sempre, foram expostas as mulheres pobres e as clínicas que atendem mulheres pobres, marcando assim o caráter de classe da criminalização do aborto. Por que não mostrou as clínicas em que as artistas e celebridades da Globo fazem abortos? Por que não mostrou os médicos as atendem? Ficou claro as mulheres ricas e as artistas da globo ficam preservadas, pois para elas o aborto não é problema, e nem é feito nestas clínicas.

Esta atuação da Globo somente reforça a já emblemática situação de criminalização instaurada no país. Sabemos que o aumento da repressão empurra as mulheres pobres para práticas de aborto cada vez mais inseguras, condenando-as a correr graves riscos para suas vidas, e para sua saúde física e psíquica. Além de não contribuir para reduzir este grave problema de saúde pública, alem de demarcar o lugar de subordinação das mulheres, já que elas não têm o direito de decidir sobre seus corpos e suas vidas.

É preciso lembrar sempre que são as mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, as que mais sofrem com a criminalização. São elas que recorrem à clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar para países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.

Diante de tudo isso, nós, mulheres da Marcha Mundial, vimos a público repudiar esta ação criminosa da Rede Globo contra as mulheres pobres que praticam aborto. Ao invés de punição, nós propomos para o Brasil uma política pública integral de saúde que auxilie mulheres e homens a adotarem um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito. Somente a legalizaçao do aborto no Brasil é capaz de reverter a situação dramática da clandestinidade do aborto, que mata, humilha e pune as mulheres que ousam decidir por suas vidas.

Fazemos coro com os movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação para dar um basta nesta postura criminosa, reacionária e autoritária da Rede Globo.

Fora Rede Globo! Basta de violência contra a mulher!

Pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Marcha Mundial das Mulheres

Discutir aborto sempre gera polêmica. Aproveito pra indicar também um texto muito bom sobre o assunto, postado no blog da colega Luciana Carvalho.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Das Weisse Band

Dramas, crimes, silêncios, opressão e muuuuito mistério compõem a narrativa de A Fita Branca, filme da Alemanha, França, Itália e Áustria. Fui vê-lo ontem. E gostei.
Preto e branco. Sem trilha sonora. Música somente dos instrumentos que são tocados pelos personagens. A história se passa numa aldeia de camponeses na Alemanha, em 1913. Estranhos acidentes começam a acontecer e revelam um mundo de pecados familiares, punições, opressões religiosas e morais. E inocência. Cenas delicadas, principalmente envolvendo as crianças, aliviam um pouco a violência existente.
Das personagens esperamos reações. Mas elas não vêm.

O branco do filme intensifica o clima opressivo, tal como a ausência de música.
Final aberto. Pois estamos limitados ao que o narrador nos conta e ele não presenciou tudo. Quem gosta de ver tudo solucionado, melhor não ir ver.
Reflexivo. Instigante. Atuações ótimas. O rosto e a expressão das crianças do filme são fascinantes.
A Fita Branca (Das Weisse Band) está passando na Movie Art Cinema, no SM Shopping. Somente lá. Às 20h30. Provavelmente deve ser sair de cartaz na sexta-feira.