quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

na onda dos vampiros

Motivada pela curiosidade e também porque "caiu" na minha mão sem eu ter precisado entrar num livraria para adquiri-lo, li o famosinho Crepúsculo, de Stephanie Meyer.
Li em poucos dias. E o pior: gostei. Boa literatura. Já ouvi algumas pessoas criticando a narrativa por esta, apesar de falar de vampiros, não se encaixar no gênero horror ou terror. E realmente não é uma história de terror.
Crepúsculo é uma história de amor. Romance puro. E acho que é por isso que fez e faz tanto sucesso. Eu acho interessante que adolescentes leiam porque é uma boa história para se ler.
A narrativa não tem nada de nova. Pode ser considerada uma releitura de Romeu e Julieta porque trata de um romance meio que impossível entre uma garota humana e um vampiro. O próprio livro faz referências à obra de Shakeaspeare.
Crepúsculo é bom de ler, tem uma narrativa dinâmica permeada de romantismo, ação, mistério, aventuras. É uma leitura fácil de ser apreendida, não precisa pensar muito. Boa para se usufruir antes de dormir quando se está cansada de leituras acadêmicas.

A relação entre os protagonistas do romance, Edward e Bella, mostra, de certa forma, a oposição humano e não humano. Edward simboliza o perene, a juventude eterna, mas também a morte ou a não vida. Bella é a vida, o humano e suas fragilidades, a possibilidade da morte iminente. Ela é a tentação constante para ele que a ama, a deseja, mas se for a fundo em eu desejo, pode matá-la.

É claro que outro fator que explica o sucesso do livro é Edward, o vampiro maravilhoso que simboliza o príncipe dos sonhos de qualquer adolescente. É claro que eu não acredito que exista um Edward que não seja na ficção. Ele é perfeito e, por isso, irreal. No livro, todos os vampiros são lindos e maravilhosos, o que, na narrativa é explicado como atributos para atrair as presas, haha. Lembrou-me o Entrevista com o Vampiro que tem Brad Pitt e Tom Cruise como vampiros "tudo de bom".

Sim, tem clichês. Sim, não é muito original. Sim, a caracterização dos vampiros é esquisita, diferente de outros produtos sobre vampiros. Mesmo assim, Crepúsculo me conquistou. Minha cunhada querida, a Laura, me emprestou os outros três livros da Saga e eu já comecei a ler Lua Nova.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Avatar: espetáculo visual e alguns clichês

Sábado passado fui ver o tão comentado, festejado, glorificado novo filme de James Cameron: Avatar. Sim, o nome impressiona.
É um bom filme. Eu gostei. Acho que não perdi tempo ficando quase três horas no cinema. Avatar nos prende a sua história do início ao fim.
Tem todos os elementos que uma superprodução americana de sucesso costuma ter: bom elenco, um enredo mais ou menos coerente, um romance com altos e baixos, uma guerra entre nativos de um planeta invadido e as forças super-armadas americanas, mistérios escondidos e inexplicáveis, animais e criaturas estranhas e fantásticas, e muitos, mas muitos efeitos especiais. Avatar é um mosaico que envolve um povo exótico e curioso que habita o planeta invadido, animais, natureza em seu esplendor e americanos sedentos por riquezas e guerras. Lembrou-me O Senhor dos Anéis, mas bem menos chato.

Não acho que o filme seja tão revolucionário como muito se falou. Outras pessoas que viram a produção comentaram comigo que não houve outro filme que criasse um mundo tão perfeito como em Avatar usando somente a computação gráfica. Realmente, o filme impressiona nos efeitos especiais. É um espetáculo visual; é lindo de se ver o País chamado sugestivamente de Pandora, aquela que conforme a mitologia, "possui todos os dons" e carrega a caixa que contém todos os males da terra. São imagens de encher os olhos.

Crítica aos americanos?
Ao seu modo, o filme mostra a truculência dos americanos que não medem esforços para invadir Pandora, matar nativos, destruir sua casas para conseguir um importante minério que tem alto valor financeiro. Sim, nos lembra a invasão ao Iraque, Afeganistão, etc e a guerra por petróleo.
Óbvio que é um filme com heróis e bandidos, a luta do bem contra o mal. Só que em Avatar, os americanos invasores são os bandidos e representam a destruição. Nós torcemos contra eles.
Tem uma cena no final, quando os americanos são mandados de volta pra casa, onde um nativo de Pandora diz: "Voltem para seu planeta moribundo". É irônico mesmo. Não é um filme engajado, mas pelo menos dá um bom recado.

Deus ex-machina

Superprodução americana boa que se preze tem que ter Deus ex-machina, é claro. Quem mais salvaria a tudo e a todos?

Deus ex-machina é um conceito surgido no teatro grego. Conforme a Wikipédia, refere-se a uma inesperada, artificial ou improvável personagem, artefato ou evento introduzido repentinamente em um trabalho de ficção ou drama para resolver uma situação ou desemaranhar uma trama. Este dispositivo é na verdade uma invenção grega. No teatro grego havia muitas peças que terminavam com um deus sendo literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história. Em termos modernos, Deus ex machina também pode descrever uma pessoa ou uma coisa que de repente aparece e resolve uma dificuldade aparentemente insolúvel.

Ou seja, quando tudo estiver perdido nos filmes, ou quando a gente acha que os mocinhos vão todos morrer, não se engane: um Deus ex-machina vai surgir de algum lugar para solucionar tudo. Em Avatar, Deus ex-machina aparece quando a batalha entre nativos e americanos está praticamente perdida. Os animais da floresta, enviados pela divindidade maior do povo de Pandora, entram em cena contra os americanos e ajudam os nativos a vencer a guerra. Lindo. Comovente. Por favor!! Isso definitivamente não precisava no filme. Mostra que o poderio americano só poderia ser derrotado por algo vindo do sobrenatural ou pela união dos Deuses e natureza.

Tirando isso, é um bom filme, sim.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Lúcia Pelúcia


Bah. Eu esqueci de comentar que 25 de dezembro, além de ser Natal, é o aniversário da minha irmã mais velha, a Lúcia Pelúcia. Pois é. A Lúcia nasceu no Natal, mas não levou o nome de Natalina. Ficou Lúcia, de Luz, haha...também tem a ver com o Natal.

A Lúcia é uma pessoa muito dez! Ela é inteligente, querida e divertida e sempre tem bons conselhos para dar. E é a advogada da família, claro. E é uma líder. Aqui em casa a gente pergunta tudo pra ela. Muito respeitada!!

Também é muito conhecida pela sua distração. Já esqueceu notebook na rodoviária, caiu de um ônibus, perdeu uns trinta guarda-chuvas, roupas etc... Hahaha. É brincadeira, Lúcia!

A Lúcia tem um jeito de levar a vida que eu admiro muito. Espelho-me nela, afinal é a irmã mais velha. Como moramos juntas, volta e meio discutimos, mas, no geral, nos damos muito bem e eu precisava homenageá-la. Na foto, as duas com caras de monga...haha.
Lúcia, parabéns pelo aniversário. Um beijo.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Natal no fresquinho

Na sexta-feira de Natal, a família Copetti Dalmaso foi churrasquear com os queridos amigos Marilu e Dilmar, que moram em Silveira Martins. Foi muito agradável. Lá, a temperatura é quase quatro graus mais baixa do que em Santa Maria. Eles têm uma estrutura com churrasqueira e mesa no meio de um matinho que tem até um riachinho correndo. Ficamos o dia todo ali, conversando, cantando e ouvindo o barulho do córrego. Não passamos calor. O lugar é muito bonito...e as companhias...ótimas.

Eu ganhei uma garrafa de Amarula de presente (uhuuuuu!!!), uma camisola bem fofa, brincos, e...tcham, tcham...o CD duplo The Fame Monster da Lady Gaga!!!. Ninguém me aguenta agora!!!

No Ano Novo, vou pra Caçapava, no Rincão de Lourdes da família Dalmaso, acampar no meio da natureza....conversar, dar risadas e beber cerveja.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal!

Eu não sou muito boa de Natal. Não mando cartões, nem emails com power points e raríssimas mensagens no celular. Gosto de presentear, mas não gosto de sair para comprar. Acho que vou começar a procurar presentes pela Internet. Mais prático, não precisa sair de casa.
Nosso apartamento não tem uma mísera bolinha de Natal. É que Natal só tem graça mesmo na infância, quando esperamos ansiosamente pela data e seus preparativos. Quando criança, a gente costumava ir com o pai buscar o pinheiro no matagal. Não se comprava pinheiro, se buscava perto de casa mesmo. Enfeitá-lo era praticamente o êxtase da gurizada. Várias bolinhas quebradas e muita bagunça. E sempre tinha presépio. Primeiro de barro, com areia, bichinhos, e até laguinho com espelho a gente fazia; depois a mãe comprou um pronto. As modernidades vão diminuindo as diversões. No dia do Natal, chegavam nossas dezenas de primos e a gente brincava e se divertia o dia todo.
Quando adultos, o Natal vira um momento de ficar com a família, comer, beber, e descansar. Também se toca violão e se canta. É legal!! E no dia 25, tem churrasco com cuca e cerveja (foto). Oba!
Este ano é o primeiro em que passaremos a noite de Natal no apartamento do pai e da mãe em Santa Maria. Antes era na chácara, em Restinga Seca; nos últimos três anos foi em Silveira Martins. E hoje à noite será em Santa Maria. Vai ser bom.
Feliz Natal para todo mundo!!!!!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Jornal eco

Muito interessante a 9ª edição do Jornaleco, Jornal Laboratório Especializado em Meio Ambiente produzido pelos alunos de Jornalismo da Unifra. Trata-se de um jornal temático e o assunto escolhido para essa edição foram os contêineres e o sistema de coleta de lixo em SM. "Um ano depois dos contêineres: o que mudou e Santa Maria?" é a manchete que guia todo o jornal.
A ideia foi abordar os vários aspectos que envolvem o novo sistema de coleta. Então, há matérias sobre o que se alterou na rotina dos catadores, sobre o vandalismo, sobre a ocupação do espaço público pelos equipamentos e sobre a importância da coleta seletiva de lixo, que, convenhamos, ainda não funciona em Santa Maria. Não considero os tais de Ecopontos um bom sistema. Mas isso também não é muito questionado pelo Jornal.
Com algumas exceções, o jornal apresenta bons textos, fotos boas só que um pouco escuras, e boa diagramação. É um material jornalístico importante para quem deseja informar-se sobre os polêmicos contêineres e sistema de coleta de lixo de Santa Maria.

...

Estão tão quente que eu não tenho nem mais forças para postar um texto descente aqui. E estou com várias idéias de postagens, mas ânimo zero. Não aguento mais tarefas acadêmicas. Ir para o Campus já está me deixando muito irritada. E com esse calor...fica tudo pior. Tudo!!!
Até terminar o ano eu ainda tenho um artigo do Mestrado para fazer , uma monografia para ler com banca em quatro de janeiro, e um trabalho audivisual, uma espécie de clipe, que eu ainda não faço ideia de como vou fazer. Em janeiro também vou ter trabalho. Estudos, revisões e outros envolvimentos. É a vida...

domingo, 20 de dezembro de 2009

presentes

Ai, o Natal...inspirador ou não.
Comprar presentes é algo muito estressante. Ainda mais pra mim que saio sem saber direito o que vou comprar. Eu sei exatamente o que gostaria de ganhar. Dou umas indiretas e diretas também, mas as pessoas preferem te ignorar e dar uma "surprise" do que ir no óbvio. ok. Quando é presente a gente não reclama.
Não tem coisa mais torturante do que ir para o centro comprar presentes. Ainda mais quando o dia está muuuuuito quente como nessa semana, por exemplo. É um inferno. Todo mundo se batendo em todo mundo no Calçadão. Um vai e vem sem fim. Se não se cuidar, acaba levando uma trombada com alguém, e pior se esse alguém estiver comendo um sorvete como é comum de se ver.
Fico com uma preguiça de entrar nas lojas. Gosto de entrar nas que parecem estar mais vazias.
Semana passada eu fui no centro com a Alice para comprar algumas coisas. Saímos totalmente sem foco e ficamos uns belos 20 minutos "zanzando" na rua e discutindo sobre gostos e preferências de irmãos, pai e mãe. Depois de algumas resmunguices, enfim, conseguimos entrar na primeira das lojas que naquela manhã entraríamos. Depois da primeira, a coisa engrenou e nossas compras até que renderam; só que não deu tempo de procurar presentes para todo mundo, pois a família é grande.

Gosto de comprar à vista, mas me parece que os comerciantes dessa cidade não valorizam este tipo de cliente. Os descontos são ridículos: no máximo 10%. Mas o pior são as lojas que não dão desconto à vista "porque o preço da etiqueta já está com desconto". Isso me irriiiiita. Não interessa o preço da etiqueta; se vou pagar à vista, EXIJO um desconto.

Enfim, por causa dessa minha superdisposição acabo protelando a compra de presentes até os últimos dias.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Grow up, girl!

Às vezes acho que ainda não fiquei muito adulta. Tenho alguns hábitos e comportamentos de adolescente. Mas creio que isso talvez não seja tão intencional.
Na foto, minha melissa com imagens da Hello Kitty me denuncia. Gosto de roupas com bixinhos, corações, florizinhas, essas coisas...Hoje eu pintei minhas unhas de rosa, haha.
Também estou lendo o romance adolescente do momento: Crepúsculo. Caiu na minha mão e comecei a ler despretensiosamente. E o pior: estou gostando. Claro que também estou lendo na ânsia de tentar entender porque a saga faz tanto sucesso entre os teenagers. E não só entre os teenagers porque conheço outros adultos fãs da saga. ok??

Acho que não cresci em alguns aspectos. É engraçado. Eu imaginava que quando eu tivesse a idade que tenho, usaria saias, vestidos, ternos, roupas clássicas e salto alto. Seria uma pessoa adulta, pelo menos no visual. Não sei o que passava na minha cabeça. Questões de finanças e estilo acabaram me levando para um look básico e às vezes meio adolescente mesmo.

Além disso, tenho sérios problemas com uma coisa chamada "salto alto". Fujo deles como o diabo foge da cruz. Acho lindo, mas não em mim. E final de ano é sempre angustiante. Festas e formaturas são um misto de alegria e tristeza porque sei que vou ter que dizer "olá" para este tipo de calçado e sofrer de dor. Reconheço que é falta de costume. Tenho problemas posturais por não usar saltos. Sei também que o salto deixa a mulher muito bonita e muito mais mulher. Mas não tenho vontade de usar. Parece que meu cérebro vai ficar o tempo todo concentrado nos meus pés e que vou ter que cuidar para não fazer fiasco. Eu fico simplesmente ridícula andando com um salto muito alto. Então, pelo menos no dia-a-dia acabo usando rasteirinhas mesmo. E tênis. Gosto de usar all star para sair à noite. É confortável e posso dançar sem me desequilibrar ou ficar com os pés latejando. Sim, usar all star já faz com que eu pareça uma teen. Mas é mais questão de conforto do que estilo propriamente dito.

Eu estou crescendo. Um dia chego lá.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Na mira

A coisa está feia para o meu lado. Tenho que me preparar.
Estou prestes a ser expulsa do apartamento onde eu moro. Motivo: não contribuir com a limpeza e total harmonia do lar. Para quem não sabe, moro com minhas duas irmãs - Lúcia Pelúcia e Alice furacão - e com meu cunhado, Leonardo.
Sinto um clima no ar. Essa semana recebi umas indiretas das gurias; na verdade foram diretas porque elas não são chegadas a sutilezas, hehe. E nem eu.
É que eu mal consigo organizar e limpar meu quarto; já dá uma trabalheira danada. Assim, acabo sendo displicente com o resto do lar.
Não ando muito disposta a fazer almoço e, quando faço, não fica lá essas coisas. Talento zero para a culinária. Não vou ao mercado ou a feira comprar suprimentos; o motivo anterior era a falta de grana, mas agora isso não é desculpa. Essa semana eu fui, mas só comprei porcarias, nada útil.
Esqueço-me sempre de levar o lixo no contêiner. Nem telefone eu atendo. Nunca é pra mim mesmo, hahaha.
Sim, estou sendo relapsa com o apartamento. E confesso publicamente; vá que de repente Lúcia e Alice se sensibilizam com meus problemas. Ou não. E os olhares delas! Bah! Eu estou na mira!
Isto tudo é culpa do Mestrado e outros tarefas extras que não me permitem ter mais tempo para ajudar na faxina. A família ainda resolveu dispensar a faxineira.
Estou ferrada. Preciso acalmar as gurias. Ainda bem que é Natal; época de corações mais abertos e generosos. Preciso agir.
Já sei. Vou comprar uns chocolates para elas. Não resistirão...
Amo vocês, sisters...

domingo, 13 de dezembro de 2009

mau humor

OK. vivem reclamando do meu humor. Sim. Assumo que sou meio ranzinza, reclamo demais, gosto de retrucar. Depois que criei este blog, a coisa piorou. Mas me consolo porque não estou sozinha. Aliás, conheço um bando de gente bem mais mau humorada do que eu, só que não se assumem ou fingem muito bem.
Acabo de ler um texto muito legal do Fabricio Carpinejar no blog dele e reproduzo abaixo. Ele fala sobre o mau humor, mas com muito bom humor, hehe.

O humor do fodido
Por Fabrício Carpinejar
O mau humor é o melhor antídoto que existe. Nada como tomar o café da manhã com uma mulher irritada, ser passageiro de um motorista que vive reclamando do trânsito, conversar com um carrancudo que destila ódio para a classe política. São companhias estimulantes, afrodisíacas. Além de tudo, bem informadas. O pessimista é uma enciclopédia vendida de porta em porta. O otimista é que não lê jornal.

O otimista é frouxo, repete as mesmas frases evasivas e genéricas como “precisa acreditar” ou “tenha esperança”. O pessimista é pessoal, persuasivo, abrirá seus segredos com desembaraço. O otimista rende somente auto-ajuda. O pessimista proporciona alta literatura.

Guardo deslumbramento auditivo diante das pessoas que não respondem tudo bem no cumprimento. Enchem as vogais para declarar "tudo péssimo". Puxo a cadeira mais próxima e me sento com reverência porque percebo que descobri um corajoso no mundo, que vai se confessar com absoluta sinceridade, que tem vida própria e casa alugada.
O azedume é a inteligência em estado bruto. Aplaudo a loquacidade da tristeza. Desespero quando não fala é fatal. Desespero que esperneia é manso. Nunca fui de brigar, por exemplo, mas de espernear. Queria ser segurado pelos colegas antes de apanhar. Minha honra fez teatro na escola.
O mau humor do outro me deixa eufórico. Recebo uma sensação de paz que encontrei uma vez, ao soltar folhas de livro inédito no Rio Sena, apesar de não ter estado em Paris.
Do veneno alheio, surgirá sabedoria, ensinamento, conselhos. Quase uma aula de ecologia sentimental.
Orgulho-me desse humor muito brasileiro, incomparável. Daquele cara que deu tudo errado e ainda está achando graça. Sofreu enchente, deslizamento, seca, foi corneado e não se entrega. Não fechará o negócio, a cara, a amizade. É o que não tem motivos para rir e está rindo. Seu riso é perigoso. Seu riso é ofensivo. Seu riso é o caráter do pulmão.
Não confio em sujeito com felicidade de sobra. Será avarento e indiferente. Quem tem esconde. Unicamente peço dinheiro emprestado ao amigo que já faliu. É um pré-requisito que não costuma falhar.
Eu me interesso pela falta de explicação da alegria. Viva o humor do fodido. É o único que sobrevive às tragédias. Não ficará traumatizado, arrumará uma piada no acidente. Não ficará encastelado no quarto, pagará uma rodada ao pessoal do balcão.
A desgraça o torna generoso. Repentinamente natalino.
Meus grandes amigos estão cansados de recados, cada dia é um ultimato. Odeiam quando a atendente pergunta de onde são. Têm rancor por essa mania de rodoviária que atinge a maior parte das secretárias.
Meus grandes amigos são mórbidos. Compraram o jazigo na juventude. Os que pensam na morte cedo demoram a morrer. Preparam-se com tanta antecedência que perdem a hora.
A maldade preserva e o bem só traz rugas.
Posso garantir, todo santo estava acabado aos 40 anos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E a TVE/RS

Acabo de ler o texto do blog TVE FM Cultura sobre a possibilidade de extinção da TVE/RS. É lamentável que o governo do Estado não esteja muito preocupado com a manutenção da tv pública. O blog noticia que o prédio da TVE foi vendido para a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e que a remoção de toda a estrutura da tevê para outro local pode significar a extinção do canal. O prazo para saída das emissoras do local é no dia 31 de março de 2010.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fatos bizarros da semana

-CC da Prefeitura de SM participa de assalto em Cacequi. Ai, ai, ai. Qual será a função desse CC na Prefeitura...
-gato preto morto na UFSM causa comoção dos santa-marienses. Mataram um gato na UFSM e a cidade ficou chocada com tal fato. Estudantes ameaçados via orkut e protesto ocorre em frente à Reitoria.
-decoração natalina do Centro gera polêmica de tão ridícula. Sem comentários aqueles enfeites. Carnavalesca, exagerada, over demais. Bizarrice mesmo!
-ATU faz o que bem entende com o serviço de transporte coletivo. Mais uma prova de que a ATU quer aumento da tarifa para prestar um péssimo serviço.
-feriado na terça-feira pra amolecer todo mundo.
-Assembléia escolhe Marco Peixoto para o TCE. Lamentável!

-Comecei a ler "Crepúsculo".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Circus- breve avaliação pessoal

Eu sei que já falei do Macondo Circus 2009, mas considero importante fazer mais algumas observações já que o evento vai continuar. Então vamos lá:

Coisas que deram super certo, na minha opinião:
- shows e atividades artística na Praça que se mostrou acolhedora, tranquila e segura. Mérito da organização.
-qualidade das bandas: indiscutível. Tinha para todos os gostos.
-palco, qualidade do som e iluminação estavam sensacionais.
-intervenções teatrais, mercado das pulgas e eventos da sala Dobradiça (grafite, colagens, arte de rua) enriqueceram o evento enquanto manifestação de cultura urbana.
-oficinas e debates.
-cobertura colaborativa (detalhada mais abaixo) e as transmissões dos shows ao vivo pela Internet.
-registro audiovisual dos shows.
-utilização da estrutura do Shopping Popular (como camarim, venda de cerveja etc). Pelo menos serviu para alguma coisa aquele local. Sei que também foi usado no Cartucho. Aliás, esse "shopping" poderia ficar servindo para atividades culturais caso não dê certo como shopping popular.
-Macondo Coletivo está de parabéns!
Coisas que podem melhorar:
-divulgação das oficinas. O twitter é a ferramenta do momento, mas não dá pra menosprezar lista de emails, redes sociais e veículos tradicionais como o rádio, por exemplo. Acho que as oficinas poderiam ter sido melhor divulgadas.
-informar ao público presente na praça sobre a programação do Festival, onde tem CDs, onde tem oficinas, onde tem as intervenções artísticas. Faltou um bom animador, hehe.
-lixeiras extras na Praça. Pode parecer besteira, mas não tinha onde por os copos.
-bar Macondo continua quente (hahaha. #prontofalei)



Cobertura Colaborativa.
-Pela primeira vez, o Circus teve a cobertura jornalística que merece. A internet e suas ferramentas de comunicação foram muito bem utilizadas para divulgação das atividades do Festival Belo trabalho da equipe. Ótimas fotos, vídeos, entrevistas coletivas com as bandas. Textos muito bons, outros nem tanto. A cobertura da parte musical estava muito boa mesmo. Mas nem todas as oficinas tiveram cobertura assim como as intervenções artísticas e teatrais que mereciam mais registros fotográficos.
-Jornalismo musical. O mais interessante de envolver estudantes de jornalismo neste tipo de cobertura é contribuir para a formação de profissionais que possam atuar neste segmento mais especializado do jornalismo: cultura, música, bandas etc. Tenho certeza que muitos estudantes que participaram da cobertura colaborativa tenham despertado para este viés jornalístico e se motivado a futuramente trabalhar numa revista ou qualquer outro veículo especializado em música. Eu, por exemplo, tenho dificuldades para escrever de forma mais profissional sobre uma banda ou um músico. Estou até lendo a Noize pra ver se aprendo alguma coisa. Mas não só pra esse nicho de mercado que este tipo de cobertura é interessante. Entrevistar músicos, nem que seja de forma improvisada, fazer fotos, escrever textos e releases de forma rápida para logo serem postados no site, editar vídeos , entre outras coisas, introduzem esses estudantes ao chamado jornalismo multimídia ou convergente tão discutido na Faculdade e tão cobrado dos estudantes em suas práticas.
Óbvio que há coisas que podem ser melhoradas. Textos, posicionamentos dos repórteres nas entrevistas, perguntas mais espertas (mais conhecimento prévio dos assuntos), e um trabalho de assessoria de imprensa (envio de releases aos veículos). São detalhezinhos, porque, de forma geral, a cobertura foi show mesmo, visto que todos trabalharam de forma voluntária. Parabenizo a toda equipe e a Fernando Krum, que coordenou a cobertura.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Circus termina

Acabou o Macondo Circus!!! Sábado foi o último dia. Apresentaram-se na praça Aeromoças & Tenistas Russas (São Carlos), Dead Lover's Twisted Hearts (Belo Horizonte), Saturno Experiment (Santa Maria), AMP (Recife) e Proyecto Gomes (Buenos Aires). Todas ótimas, com estilos bem diferentes.
Eu adorei o som da Dead Lover's Twisted Hearts. Até comprei o CD. A canção Walking Down the Street é muito fofa. E No More Dramas também me agradou bastante.
O público se empolgou com Proyecto Gomes. (foto feita pela Pelúcia) Pelo som, parecia que a banda tinha uns três integrantes, mas o cara fica sozinho no palco e toca bateria, guitarra e tudo ao mesmo tempo. Uma batida meio eletrônica, muito bom de ouvir.
A praça estava lotada, um calorzinho bom...um clima realmente musical...tudo na paz...

E a noite foi de rock de qualidade no Macondo. Dinartes, Black Drawing Chalks - eletrizante- e Pata de Elefante - empolgante- fecharam em grande estilo o último dia do Festival.

Macondo Circus 2009 vai deixar saudades...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Genial Móveis Coloniais de Acaju

"O tempo engatinhar/ Do jeito que eu sempre quis/ Se não for devagar/ Que ao menos seja eterno assim".
Eu queria que o tempo engatinhasse ontem e o show da Móveis Coloniais de Acaju não terminasse mais.
Contagiante, delirante, empolgante. A Móveis, de Brasília, sacudiu a Praça Saldanha Marinho ontem. É uma loucura o que esses caras fazem no palco e o êxtase que provocam no público. Difícil ficar parado e difícil não sei deixar contagiar pela música da Móveis. É muito divertido ver eles se apresentando. São superempolgados. Pulam e correm o tempo inteiro no palco. Harmonia total.

Performáticos, interagiram muito com a platéia, andaram entre o público, brincaram de roda. Foi fantástico...A praça lotada, todo mundo dançando e cantando...lindo...

Já haviam me dito que o show deles era muito bom. Eu, que conhecia só uma ou duas músicas fiquei fãzinha da Móveis.
A Renuska, querida, assistiu ao show deles em Porto Alegre na quinta-feira e escreveu um texto muito legal no blog dela. Senti-me contemplada com várias coisas que ela escreveu. Vale a pena dar uma olhada.

À noite, no Macondo, teve Zefirina Bomba - muito pauleira pra mim, mas o pessoal curtiu- e Superguidis- boa banda , mas não consegui entrar no clima deles.

E hoje tem na Praça a partir das 17h:
-Aeromoças & Tenistas Russas (São Carlos)
-Dead Lover's Twisted Hearts (Belo Horizonte)
-Saturno Experiment (Santa Maria)
-AMP (Recife)
-Proyecto Gomes (Buenos Aires)

E à noite, no Macondo, tem Dinartes, Black Drawing Chalks e Pata de Elefante.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Atraente Macaco Bong


Sem palavras para definir os shows do Macondo Circus na Praça Saldanha Marinho ontem. Curti muito.
A Bandinha Di Da Dó divertiu o pessoal com seu visual circense, som animado, original, e com suas micagens. Um dos integrantes escalou as estruturas do palco, andou no meio do público e fez até um mosh...
Rinoceronte fez uma bela apresentação. Rock de qualidade.
Mas a Macaco Bong (foto) encantou o público. Tinha gente que estava hipnotizada pelo som da banda que fez uma apresentação envolvente mesmo. E só com som instrumental, sem vocalista. O guitarrista Kayapy tocou até deitado.
A foto deste post é do Pedro Krum que está no site do Macondo Circus.

Resumindo, o "clima" estava muito bom mesmo...e a Praça é um lugar que pode ser realmente muito interessante.

E hoje tem mais. Na praça, a partir das 18h:
Sálvia (Santa Maria)
Subtropicais (Poa)
Movéis Coloniais de Acaju (Brasília)

E no Macondo: Ex-Exus (Recife), Zefirina Bomba (João Pessoa) e Superguidis (Guaíba).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Circus na Praça


Hoje começam os shows do Macondo Circus na Praça Saldanha Marinho. A partir das 18h, o público vai poder conferir:

Cuíca (Santa Maria/RS)
Bandinha Di Dá Dó (Poa/RS)
Rinoceronte (Santa Maria/RS)
Macaco Bong (Cuiabá/MT)

Como diz a Lúcia, a Praça vai estar uma "muvuca só" porque também está acontecendo lá aquela Feira Natalina de todos os meses...

No Macondo, a partir da meia noite, tem shows da Melda (Belo Horizonte/MG), L.A.B (Novo Hamburgo/RS) e Frank Jorge (Poa/RS)

Ontem eu perdi as bandas do Macondo. Apresentaram-se Hotel Glória, Pele de Asno, Brisocks e Ventores (foto). No twitter comentaram que a noite foi muito boa...Fiquei de castigo fazendo trabalhos acadêmicos. Perdi...

Cobertura do Macondo Circus está bem legal. A foto desse post eu peguei do site, hehe. O autor é Patrick Chagas. Mais fotos e notícias podem ser conferidas no
http://www.macondocircus.com/2009/

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

6º Macondo Circus vem aí


Este final de ano está legal...Tivemos o Festival de Cinema, no final de novembro, e, nessa quarta-feira, dia 02, começa o Macondo Circus 2009 Música & Cultura Urbana. Neste ano, a proposta do Festival mudou. O clima bucólico, o friozinho, as barracas, os mosquistos e a grama dão lugar ao urbano, à Praça, à cidade e aos seus passantes eventuais. Parte da programação musical da edição 2009 do Circus vai acontecer na Praça Saldanha Marinho. Música, artes visuais, teatro, oficinas e debates compõe o mosaico cultural urbano dessa sexta edição do evento.

Conforme Atílio Alencar, integrante do Macondo Coletivo, "tornar o Macondo Circus um evento urbano e público, na medida do possível, é um gesto coerente com a maneira como a gente vem abordando questões atuais: compartilhamento, cultura aberta, publicização da cultura, etc". A produção do Festival também é fruto do envolvimento do Macondo Coletivo com outras redes de trabalho que discutem cultura e política como o Fora do Eixo, a Abrafin e outros coletivos.
Importante lembrar que o Circus foi aprovado na LIC Municipal, por isso a realização de apresentações na Praça.

A idéia do Circus, segundo Atílio, é integrar música, teatro, artes visuais, moda "enfim, tudo o que a gente consegue agrupar em termos de produção cultural e artística". "A visibilidade do Macondo Circus também teve um ganho, agentes culturais do país inteiro estarão aqui, por conta do Encontro Integrado Abrafin/Fora do Eixo. Logo, Santa Maria está incluída no circuito independente brasileiro", destaca Atílio.

Ao contrário dos outros anos, nessa edição, até que enfim, foi valorizada a comunicação, a cobertura jornalística do evento. Este movimento já começou há dias com o uso do twitter como rede de divulgação do Festival.
A cobertura do evento será de forma colaborativa e multimídia. Espera-se que essa cobertura não seja só dos shows, mas também dos debates e das outras atividades do Circus.

Enfim, acredito que vai estar muito legal. Amanhã já tem shows no Macondo. Na praça, as apresentações começam quinta-feira e seguem até sábado, dia 05.
Haverá ainda oficinas de cinema, metareciclagem digital e Bioeconomia.

Quinta 03/12 Local: Praça Saldanha Marinho Hora: 18h
Cuíca (Santa Maria/RS)
Bandinha Di Dá Dó (Poa/RS)
Rinoceronte (Santa Maria/RS)
Macaco Bong (Cuiabá/MT)


A programação do evento está no http://www.macondocircus.com/2009/

Mais informações:
http://macondocoletivo.wordpress.com/
http://www.macondolugar.com.br/





Cesma in Blues - erros e acertos

Acabei de ler no site do Cesma In Blues, e transcrevo abaixo, uma nota da coordenação do evento sobre alguns problemas que ocorreram. Reforço que no post anterior eu quis dizer que o Cesma In Blues ficou devendo no ponto de vista estrutural. Como relata a nota abaixo, não houve erros técnicos. O som estava muito bom bem como as imagens no telão, a iluminação, a cobetura colaborativa etc. Assim como elogios, e eu ja havia dito que o CIB é um evento importante para a cidade, as críticas também fazem parte do diálogo.

erros e acertos

Um dia depois da realização de mais uma edição do Cesma in Blues, relembrando algumas coisas que aconteceram e lendo os comentários que rolam pela rede, escrevo para lamentar. Lamento como as coisas aconteceram; lamento que o local escolhido não tenha a estrutura com que acostumamos as pessoas nas últimas edições; lamento que tenhamos ficado sem cerveja – um verdadeiro absurdo. Porém, aproveito para escrever sobre o que já havia dito (durante o que restou da noite): não podíamos nos afastar do Theatro Treze de Maio, porque a equipe estava envolvida com os 2 festivais e a escolha de outro local também implicava na produção de transporte para mais de 70 pessoas convidadas do SMVC. O Caixeiral que possui melhor estrutura, não tinha data disponível. Assumimos a escolha do Clube Comercial, tanto que a própria identidade visual concebida em cima disso.
Como em todas as edições, locamos o espaço, mas a copa é da casa e não tivemos gerenciamento nenhum sobre ela.
Apesar dos avisos sobre a expectativa de público, que sabemos, bebe – e bem, ainda mais numa noite quente, num ambiente quente (que já sabíamos que assim seria), a coisa se perdeu em algum momento.
Não transfiro a responsabilidade, porque a escolha do local é decisão da coordenação do evento e de mais ninguém. Até por isso também que esse festival é itinerante, tendo passado por diversos clubes e casas noturnas de Santa Maria.
Então, lamento que isso tenha acontecido, porque sei do empenho de todos que se envolveram para que tudo funcionasse direito. Lembro ainda que o CIB é feito com o empenho direto de algumas pessoas que sempre acreditaram no projeto. Somos parceiros de longa data e continuaremos sendo, porque crescemos na dificuldade e sabemos o quão importante é uma parceria na hora que o galo canta.
Esse ano ainda, tivemos uma turma que trabalhou na cobertura compartilhada, experiência comandada pelo @ferkrum, dando continuidade ao trabalho que iniciamos no FISL (Fórum Internacional de Software Livre) realizado em Porto Alegre, no último inverno, e que terá continuidade no #macondocircus. Aliás, o trabalho realizado neste CIB, serviu para “azeitar” a equipe. Ou seja, servimos de laboratório para que todos pudessem pegar o pique da coisa. Trabalho voluntário é assim, dispendemos energia, adquirimos conhecimento e crescemos em coletivo. Esse foi um acerto.
Apesar dos pesares, essa edição quase não apresentou erros técnicos. Um acerto importante, mesmo que seja de bastidor. Importante porque quem já trabalhou noutras edições sabe disso e percebeu crescimento de todos envolvidos.
Quem está na chuva sabe que uma hora ou outra se molha, e nós sempre andamos na chuva. Mas, lamento. Lamento por todos que se decepcionaram com essa edição. Lamento do fundo do coração e peço desculpas, assim como espero que esses incidentes e seus reflexos nos ajudem na caminhada de produção que, por certo, continuará.

paulo teixeira
coodenador do cib