segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vacinada

Pronto mãe! Estou vacinada contra a H1N1, gripe A, gripe do porco, gripe suína, enfim...

Fui hoje no posto do Rosário, no lado de casa, e não havia absolutamente ninguém. Só dei de cara com um bebezinho chorando sem parar...Sem filas, sem espera, às 10h da manhã. A Alice, looser, disse que iria ter uma enorme fila. Até levei um livro para ler na espera. Mas cheguei lá e estava tudo vazio. Uhuuuu!!! Acho que o frio deve ter assustado as pessoas. O Pita já dizia que em dias bem frios, sem sol e com chuva, o movimento nos hospitais diminui.

Por enquanto, nenhum efeito colateral da intervenção. Levou menos de um segundo pra funcionária injetar a vacina no meu braço branco e gelado. Tão rápido, tão simples...Só espero ter recebido a dose completa né...e não parte dela, hehe..
Ainda bem que o prazo para balzacas como eu se vacinarem foi prorrogado até o dia 02 de junho, ouviu, Pelúcia?

E a propósito: ODEIO FRIO!!! odeio com todas as minhas forças.

domingo, 30 de maio de 2010

cartão

Isso não é uma propaganda!!!

Eu recebo releases de assessorias de alguns políticos da cidade... até por já ter trabalhado na Câmara de Vereadores.
Essa semana eu recebi um para a festa de aniversário do Jorge Pozzobom.
Não tive como não rir do convite...principalmente da "arte" que fizeram com o terno do pré-candidato a deputado estadual. Colocaram imagens de umas pessoinhas azuis vibrando com as mãos pra cima. Nada a ver...
Jorge, por favor! Eu te respeito e te considero. Mas como é que tu pôde aprovar um negócio desses...Tudo bem mostrar imagem da cidade, o azul do céu, você como uma espécie de "Deus", no meio das nuvens, pairando sobre Santa Maria...Isso já bastava no cartão. Essas pessoinhas no teu terno parecem vermes que estão te consumindo...elas vão subir até chegar a cabeça.
Afinal qual era a ideia...transmitir um sentimento de coletividade, de integração do pré-candidato com a comunidade, talvez. A ideia pode ser legal, mas não colou com esse cartaz.
Do texto nem vou falar porque somente as pessoas do BEM e do BOM foram convidadas.

Jorge, nada, mas nada mesmo contra você ou sua pré-candidatura, mas ficou muito TOSCO o cartão. Poluído total.
Pelo menos agradou ao Diário de Santa Maria. Na coluna da Jaqueline desse final de semana, ela disse que Pozzobom "caprichou no convite". Tá bom...
De qualquer forma, Jorge, Feliz Aniversário!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

discursos...

Essa semana participei de um curso de Análise do Discurso com a professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, Márcia Benetti. Foi muito interessante. Entre as discussões sobre AD e discurso, a professora mostrou capas da revista Veja. As capas dessa revista são sempre muito fortes, diretas, explícitas, chamativas. Muitas contêm recursos intertextuais, palavras que remetem a discursos do nosso imaginário, ideologia, memória coletiva.

Pois Benetti comentou a capa dessa semana intitulada "A confissão da Bruxa". Estampada está a famosa procuradora acusada de espancar uma menina de três anos que estava sob sua guarda. Foi uma história meio chocante mesmo. Embaixo da imagem da procuradora, estão os olhos da vítima, inchados de pancadas.
Que capa, heim. Realmente, essa mulher traz as marcas de uma bruxa: os cabelos compridos e desgrenhados, o óculos, os brincos grandes. Mas mais que isso: os atos relacionados a imagem dessa mulher. Bruxas assustam, são malvadas, maltratam crianças; no caso específico, a bruxa bateu, machucou mesmo.
E o olhar dela..."hahaha...eu sou má. Chamei a menina de cachorra mesmo".
Os atos bárbaros dessa louca contra uma criança e sua estética cabelo desgrenhado fizeram com que fosse nomeada publicamente de bruxa.

Enfim, foi muito bom estudar os discursos, os interdiscursos e tentar desvendar alguns segredos da linguagem.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Leis....e sua utilidade

Ok. O Legislativo tem duas funções principais: elaborar leis e fiscalizar o poder executivo. Atualmente, o poder legislativo não tem muita liberdade na elaboração de leis, pois ele legalmente não pode criar projetos que criem despesas ao Executivo. Com isso, legisladores ficam meio amarrados em suas funções e sobra para eles elaborarem projetos de denominação de ruas - que têm sua importância -, conferir o título de utilidade pública a instituições, criar homenagens e medalhas e outros.
Pois acabo de ler um release da Câmara de Vereadores que noticia a promulgação do projeto de autoria do vereador João Carlos Maciel que dispõe sobre a divulgação da manjadíssima advertência "se beber não dirija" em cardápios e panfletos de propagandas de bares, restaurantes e casas de eventos de Santa Maria.

Ai, por favor!!! "Se beber não dirija" já está em todas as propagandas de cerveja...Há necessidade de colocá-la em cardápios de restaurantes? ou em panfletos de bar?

Quer dizer que ao lado da lista de cervejas com seus devidos preços vai estar um "se beber não dirija" ocupando espaço? Que tamanho vai estar essa frase? Alguém vai deixar de comprar uma ceva ao lê-la? Qual o efeito disso...

A intenção pode ser boa - viés social, conscientização, blá, blá...- mas não vejo necessidade e importância disso.

Quem é que vai fiscalizar cardápios de restaurantes?...não fiscalizam coisas mais graves como venda de álcool para menores, cozinhas em condições ruins...cobrança indevida de taxa de garçons etc...
Imagina os restaurantes tomando multa porque não cumpriram com essa lei; não colocaram a frase "educativa" nos cardápios.
Não estou fazendo apologia à bebedeira, muito menos à pessoa dirigir depois de ingerir álcool. Só acredito que leis como essa não são necessárias e não vão ter um efeito prático.

Eu gostaria mesmo é que houvesse áreas bem definidas para fumantes e não fumantes nos bares. O que aconteceu com esse projeto? Estou desinformada a respeito.

sábado, 22 de maio de 2010

Reflexões do Intercom Sul...as redes sociais

Ai...que vergonha. Três dias sem atualizar o blog. Muito chato...
Bom, de qualquer forma, eu falei que iria escrever sobre o Intercom Sul e não fiz isso...Sei que este assunto não interessa a algumas pessoas que lêem este blog, mas...fazer o que...não se pode contentar a todos, diz o dito popular..

Ai, ai... as redes sociais...os orkuts da vida...
A professora Raquel Recuero, autoridade acadêmica quando se discute Redes Sociais, fez uma fala bem legal na Conferência de abertura do Intercom Sul que este ano tinha como tema Comunicação, Cultura e Juventude. Recuero fez uma apresentação interessante sobre sites de rede social, aquelas famigeradas páginas eletrônicas que consomem com nosso tempo como Orkut, Twitter, Facebook etc.

O que são nossos perfis no Orkut? Segundo ela, são performances, representações, narrativas do eu. Colocamos fotos bonitas, poemas, frases legais...Nós montamos uma performance de nós mesmos...é...faz sentido...
Hoje, vamos numa festa e não pegamos mais o telefone da pessoa. Nós a procuramos no Orkut...queremos ver suas fotos, comunidades, se a pessoa está solteira, casada ou indefinida...isso é muito engraçado. E quem não tem Orkut? "Não tem Orkut, então não está vivo", brincou Raquel.
Além do perfil, há os aplicativos adicionados ao Orkut, que funcionam como "marcas simbólicas do self", conforme a professora. São os joguinhos e o Buddy Poke onde o nosso avatar interage com os amigos, dá abraço, dá beijo, bate palmas, pega na mão...As interações, nas redes sociais, independem do nosso corpo físico. Falando de forma simplista, na rede nós fizemos aquilo que não concretizamos na vida real.
Nem telefonamos mais para os amigos para parabenizá-los pelo aniversário. Pra que? Se é mais fácil e barato deixar um recado no orkut, hehe. Lembrar a data dos aniversários também ficou mais fácil. Se eu não quero mais falar com uma pessoa, eu não vou comunicá-la disso pessoalmente. Eu vou deletá-la do meu Orkut ou bloqueá-la no meu msn, haha..como sou má...

Segundo Recuero, então, a vida na rede é: hipermidiática, pública e coletiva.
Nossa vivência é hipermidiática, estamos sempre conectados e os sites de rede social são como extensões do espaço social. É o tudo online, a hibridização dos meios (a tv, o rádio, o celular, o computador).
A vida na rede é pública. As conversações são públicas, todos estão visíveis. Blogs e sites não podem ser deletados; tudo fica armazenado e visível. A privacidade se esvai...tudo está exposto...
E a vida na rede é coletiva. A interação comanda as ações comunicativas. É o constante contato, expressão, manifestação, entrelaçamento. Comunidades virtuais tornam iguais todos aqueles que se consideram "diferentes" ou "alternativos" porque, nas redes sociais, sempre haverá um nicho, um grupo para nos identificarmos.

Enfim, conforme Recuero, não há como negar que uma nova cultura provém das apropriações das redes sociais. Neste ambiente, as noções de pública e privado se confundem completamente, assim como se altera o próprio sentido do que é "social".

É...muitas coisas a serem pensadas e problematizadas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

me back again

Oi leitores! Se é que ainda os tenho, hehe...Mil desculpas por não ter atualizado o blog durante os dias em que estive fora. Às vezes me deprimo por não ser uma blogueira mais ativa. E quando assisto a palestras com blogueiros é pior ainda. Ouvir aquelas dicas de como tornar o blog mais atraente e interessante e perceber que eu não sigo vários dos mandamentos de um blog interessante. Sei lá...

Fiquei os últimos três dias em Novo Hamburgo participando do Intercom Sul. Saí na madrugada de segunda-feira e voltei hoje à noite.

Quero saber se perdi alguma coisa da cidade enquanto estava ausente... Novidades?

Amanhã posto relatos sobre o Intercom Sul. Meio cansada hoje.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

No Intercom Sul

Hoje estou na Feevale, em Novo Hamburgo participando do Intercom Sul. Este post foi programado, haha. Não sei se vou acessar a Internet por aqui. Não estou levando notebook. Por isso, o blog ficará desatualizado até quarta-feira.

Santa Maria. 152 anos. Feliz Aniversário! eeeeeee!!!!
Prometo que quando eu voltar vou fazer um post dedicado a esta cidade onde vivo há 12 anos.
Bom feriado para todos..

domingo, 16 de maio de 2010

Novo site da CMVSM

Ficou bonito o novo site da Câmara de Vereadores de Santa Maria. Cada link vem com uma foto diferente da cidade. Uma ideia interessante.
Esse site sempre foi algo problemático. Trabalhei lá e tive várias dificuldades com a página antiga. A Câmara pagava muito bem a empresa que administrava o endereço; ainda assim, a página apresentava várias deficiências. Torço para que os problemas terminem com o novo site.
No link das notícias, não mudaram muitas coisas a não ser a disponibilização de mais fotografias. No link da TV Câmara poderia ter mais conteúdo, mas pelo menos tem vídeo de um dos programas.
No Portal Transparência, há informações bem importantes. Links para as diárias dos servidores, listas dos nomes que ocupam Cargos de Confiança, tabela dos vencimentos, em PDF, dos CCs, lista de nomes dos asssessores de cada vereador, cotas de manutenção dos gabinetes dos parlamentares etc. Também tem link para a verificação da tramitação dos projetos.
Houve uma época em que dirigentes da Câmara tinham que autorizar para se divulgar valor de salários. Era ridículo! Para passar listagem dos CCs à imprensa, era uma peregrinação buscando autorização. Espero que isso tenha acabado definitivamente. Afinal, o objetivo é a transparência. O que se espera é que o site seja atualizado, senão, de nada adiantam esses links estarem disponíveis.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

vacina errada

Por favor!!
A prefeitura conseguiu dar vacina errada para 500 pessoas...
mas o que é isso...eu não entendo como uma coisa dessas pode acontecer...achei que havia uma organização mínima...
E no Diário ainda consta que nas unidades móveis de saúde, é costume não fazer cadastro das pessoas que se vacinam... por isso, a Secretaria de Saúde não faz ideia das pessoas que foram lá e pede pra que estas procurem atendimento para receber a dose correta...
inacreditável!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

estudantes questionam o JA

Acompanhada do coordenador de rede da RBS, Sílvio Barbizan, e da coordenadora local, Clarissa Schwartz, a apresentadora do Jornal do Almoço, Cristina Ranzolin, participou ontem de um bate-papo com estudantes de jornalismo, da UFSM e Unifra, na Antiga Reitoria. Cristina estava na cidade gravando matérias que serão exibidas na segunda-feira, dia do aniversário de SM.
A jornalista, muito simpática, falou sobre sua carreira na Globo, onde trabalhou três anos e meio, e na RBS onde, há 15 anos, faz o Jornal do Almoço. Sobre o JA, ela destacou que se trata de um "programa bem diversificado", que tem momentos de "hard news", mas também matérias de comportamento (nós bem sabemos isso, Cristina). Sobre esta característica "versátil" do JA, a jornalista foi bastante questionada pelos estudantes. E, claro, veio à tona a questão do interesse público de algumas matérias veiculadas (de animaizinhos maltratados, ou curiosos, por exemplo) que muitas pessoas chamam de "abobrinhas", termo utilizado pela própria jornalista. "Nossa preocupação é fazer um jornal mais agradável, não tão pesado", disse Cristina.
Sílvio Barbizan falou da dificuldade que é escolher os assuntos, pois o telejornal se guia muito pelo feedback do público, pelo que tem mais apelo popular ou ibope. "É uma briga diária para definir os assuntos que entram. É ingenuidade achar que não devemos dar o que o público gosta", afirmou Sílvio, referindo-se às matérias de animais domésticos, por exemplo.

Cristina também afirmou que hoje os apresentadores dos telejornais se envolvem mais com as notícias, inclusive, fazendo aqueles comentários que tanto gostamos no final de cada reportagem. Para ela, essas atitudes mostram um repórter humanizado, que se importa. OK. Tudo bem. Algumas coisas são até aceitáveis. Mas uma coisa é mostrar indignação ou sentimento em relação a algum fato noticiado; outra, é o apresentador emitir juízo de valor ou opinião, que não interessa para o telespectador. Sei lá...polêmico...

A apresentadora do JA destacou ainda a tendência das reportagens de TV de valorizar o repórter. São as reportagens "vem comigo", denominou ela. Ou seja, o repórter é o personagem principal que conta a história, que experimenta, que opina, comenta, ou seja, pessoaliza e subjetiviza a matéria.
Alguns estudantes também questionaram a falta de profundidade ou superficialidade com que os assuntos são tratados no JA. A jornalista atribuiu isso à falta de tempo na televisão, o que impede um tratamento mais aprofundamento dos fatos.
Falta de tempo? Pode ser...mas não é só isso...


terça-feira, 11 de maio de 2010

drogas e as campanhas

É só eu que estranho a abordagem das campanhas locais contra uso de drogas?

Eu já dei minha opinião, neste blog, em junho do ano passado, sobre a campanha "Crack Nem Pensar", do grupo RBS, que voltou a relançá-la neste ano com outras imagens, mas com a mesma concepção. Na época, falei da plasticidade das imagens, nada mais que modelos estetizados, maquiados com olheiras, manchas e olhos vermelhos, mostrando a decadência humana provocada pelo crack. Neste ano, o grupo RBS produziu peças com imagens dos junkies acompanhadas por seus familiares, como mães, pais, filhos e filhas que sofrem por tabela...Mudaram as personagens, mas a ideia plastificada continuou a mesma. No post de junho do ano passado, houve vários comentários interessantes sobre a campanha que, na verdade, parece mais estratégia de promoção do grupo empresarial que outra coisa...

Mas, enfim...Vindo da UFSM para o Centro, há um outdoor com outra campanha contra as drogas. A peça é assinada pela Apusm (Associação dos Professores Universitários de SM), Polícia Federal e UFSM.
Pela foto, pode-se ver um lindo bebezinho, sorrindo, na palma de uma mão, e, do lado, a frase "adote seu filho antes que um traficante o faça". E abaixo, uma frase com fonte menor dizendo "converse com seu filho sobre o problema das drogas". Confesso que demorei pra entender a relação das ideias "adote seu filho" antes que um traficante adote. Sei lá....Parece que há um traficante logo ali, pertinho de você, vigiando seus bebês branquíssimos de olhos azuis - o perfil de consumidores de drogas, creio eu, pela imagem escolhida- para, diante de qualquer descuido, pegar seus filhos e levá-los para o mundo das drogas. Claro que se você conversar com seu filho sobre o "problema das drogas", isso não vai acontecer; os traficantes irão se afastar instantaneamente. Se você não conversar, aí, meu amigo...tudo pode acontecer...

Não lembro de ter conversado com meus pais sobre drogas. E não sou viciada (em drogas), apesar de gostar de ver novela e consumir bebida alcoólica pelo menos umas duas vezes por semana.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

bullying...e um trauma de infância...

Não lembro que idade eu tinha. Talvez uns nove ou dez anos. Uma criança que não se metia em brigas, mas que talvez fosse um pouco má. Ela tinha uns 13 ou 14, eu acho...Era grandona, forte, brava...mais velha que os colegas...mais vivida...mais sofrida...
Tudo começou por causa de uma brincadeira de bobinho na escola. Bolada daqui, bolada dali, me irritei com alguma coisa e, como estava aprendendo a usar os palavrões, aquilo saiu naturalmente da minha boca: "Sua filha da puta". Silêncio. Tensão. A guria a quem eu dirigi o xingamento ficou séria e o revide, verbal, também veio naturalmente: "Eu te pego na hora da saída". Nem dei bola. Essa frase era a mais ouvida da escola. Na hora da saída, tudo podia acontecer. Até nada. E nada aconteceu mesmo. Saí da escola meio receosa, mas me embolei no meio das crias e fui embora sem ser incomodada pela louca.Não poderia imaginar o que estava por vir. The day after.
No dia seguinte, rotina normal, tomar café com o Pedro e a Lúcia, pegar o ônibus e ir para a escola, que ficava a uns 20 km de casa. Só que o ônibus não parava na frente da escola. Tínhamos que caminhar uma quadra pra chegar ao portão de acesso. A Lúcia estudava em outra escola, então quem descia comigo era o Pedro.
Desci do ônibus. E eis que eu a enxergo, na frente do portão, com cara de poucos amigos...Esperta, ela planejou me pegar fora da escola...

Medo, medo, muito medo...Tô ferrada, pensei na hora. Estou a uma quadra da escola, não tem ninguém na rua. Já era. Vai me arrebentar. O pior não foi vê-la se aproximando, caminhando no meio da rua, com os punhos fechados, tipo filme de faroeste. O pior foi ver o Pedro acelerando, indo na minha frente com seus passinhos rápidos e sua mochilinha. Simplesmente, meu irmão me abandonou a minha própria sorte...Na minha lembrança ele estava com cara de assustado, mas acho que eu inventei essa memória para não ficar com raiva dele. O Pedro devia estar rindo e pensando: "se fudeu, hahaha". E eu fiquei sozinha, olhando a platéia de gurizadinha ao fundo...
E a guria vinha que vinha...Ela vai me destruir, pensei. Eu não tinha como competir. Ela era o dobro do meu tamanho, usava calça jeans justa e já tinha seios e tudo. E eu era uma pirralha esquelética que nunca tinha brigado com ninguém a não com meus irmãos...
Pelo menos foi rápido. Ela puxou o meu supercabelo com todas as suas forças e disse olhando para mim: "Tu nunca mais chama minha mãe de puta senão eu te arrebendo, ouviu?''. Puxou meus cabelos até eu cair no chão. Doeu. E na hora eu percebi que ela realmente tinha se ofendido por causa da mãe dela. Talvez a mãe dela fosse mesmo puta e por isso ela ficou tão de cara...não sei...
Eu não me lembro se chorei...Acho que não contei para os professores ou para meus pais. Fiquei quietinha, mas não foi muito legal ver a gurizada rindo de mim...meio traumático mesmo...coisas da escola, lugar que não me traz lembranças muito agradáveis...

terça-feira, 4 de maio de 2010

jornalismo online em pauta na Facos

Um jornalista que domine os processos básicos do jornalismo "convencional"- como redação e apuração de uma notícia- e que entenda também de internet, produção e edição online e até mesmo programação. Conforme Pedro Dias Lopes, editor-chefe de online do Grupo RBS, este é o perfil de profissional procurado hoje e que está em falta. Lopes esteve hoje pela manhã, na Facos, dando palestra aos estudantes de jornalismo.

A atividade, que faz parte das comemorações dos 46 anos da Zero Hora e ocorreu também em outras faculdades gaúchas, teve cobertura via Twitter realizada por quatro estudantes na Bat Caverna, prédio 21 do Campus. Foi bem interessante a cobertura do microblog que divulgou as principais informações da palestra além de fotos e detalhes de bastidores.

Lopes falou sobre reportagem multimídia, na importância de se pensar a matéria para a versão online de um jornal (gráficos, vídeos etc) e afirmou que estamos vivendo uma época pulsante e interessante para fazer jornalismo. Na opinião dele, cada vez mais, serão exigidas do jornalista habilidades de programação, produção de infográficos, etc, tarefas que o jornalista costuma delegar a outras pessoas.

Um dos pontos mais interessantes da fala de Pedro Dias Lopes foi a questão do hiperlocalismo, a cobertura detalhada de pequenas regiões, o jornalzinho que cobre os eventos de um bairro, o blog que é alimentado com notícias de uma comunidade etc.

Sobre as redes sociais, Lopes destacou que estas são fundamentais para o jornalismo porque pautam e disseminam informações. No entanto, afirmou que quando o veículo erra no twitter, é muito mais difícil desfazer o equívoco. "No twitter, o erro se multiplica e assume proporções enormes".

No final da palestra, o editor foi muito questionado, por professores e alunos, em relação à falta de atualização e velocidade do site do jornal Diário de Santa Maria. Lopes afirmou que a audiência do diário online não justifica muitos investimentos e afirmou que não há planos de mudanças. "A audiência de SM é menor que a de um blogueiro médio de zero hora".
Conforme ele, a estratégia mais correta hoje são os sites hiperlocais em lugares onde o grupo RBS não tem um jornal. Informou que até o final do ano, devem ser lançados seis sites hiperlocais. Como exemplo de hiperlocalismo, ele reproduziu uma matéria feita para a zero hora online, em Porto Alegre, quando um porco se soltou numa das principais avenidas de Porto Alegre (bem coisa de RBS mesmo...o porco que arruma confusão, o cachorro querido, o gato que fala e tal...)

O jornalista admitiu que é problemática a transição do jornal impresso para o online, pois o perfil do jornalista de impresso ainda é muito diferente do que se espera para a produção online.

É um conflito...
Jornalistas do impresso já têm trabalho demais para se preocuparem com o online. E as empresas querem aproveitar os mesmos profissionais e exige que estes sejam de perfil multimídia. Complicado...

foto

Atendendo sugestão da Lúcia, aí vai uma fotito mais próxima do bate-papo de segunda-feira, no Livro Livre, com o Scliar. Professor Orlando Fonseca foi o mediador. Não ficou muito boa a foto porque foi feita com zoom né...
Fiz um vídeo bagaceiro também.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Feira do livro alagadinha

Apesar da forte chuva e alagamentos isolados, como se pode ver na fotografia, foi interessante o bate-papo com Moacyr Scliar na noite dessa segunda-feira, no Livro Livre.

O escritor falou sobre seu novo livro "Uma nova paixão solitária" e conversou sobre diversos outros assuntos como o novo acordo ortográfico que, na opinião dele, envolve uma questão de poder. Na opinião de Scliar, o acordo deveria ter sido mais radical, decretando, por exemplo, o fim da crase. "A crase foi feita para humilhar aqueles que não sabem usá-la que são quase 90% da população".

O autor de Um Centauro no Jardim e a A Mulher que escreveu a Bíblia (os dois livros dele que eu li e amei) disse ainda que não acredita no fim dos livros, mesmo com o avanço das novas tecnologias. Falou até que a Academia Brasileira de Letras, à qual pertence, está se modernizando, lançando um concurso de contos pelo Twitter. O concurso já tem três mil candidatos.

Perguntado sobre sua opção pela Medicina, contou que resolveu ser médico porque tinha medo de doenças. "Minha profissão me inspira. Como médico, aprendi muito com os seres humanos; quando a pessoa está doente, ela se mostra como é, as máscaras caem; é um mergulho na condição humana".

Mesmo com a chuva e a fragilidade das lonas da Feira, o público compareceu, participou, perguntou...

sábado, 1 de maio de 2010

bate-papo filosófico

Praça lotada novamente para ouvir a filósofa, escritora, e uma das participantes do programa Saia Justa (GNT), Márcia Tiburi, na noite de sábado, durante a Feira do Livro.
Foi bom o bate-papo. Como sempre, as perguntas de caráter não oficial da plateia salvam as entrevistas. Márcia falou de filosofia, do processo de produção dos seus livros, de aborto, feminismo, e do programa de TV que participa. Contou que não se assiste na televisão e fez uma afirmação que depois provocou manifestações na plateia. "Não assistam à televisão, gente; é muito chato. Ler é muito melhor, mais revolucionário e mais subversivo".
Márcia disse ser favorável à legalização do aborto, defendeu a liberdade das mulheres e se assumiu como feminista. "Para mim, o feminismo é uma liberdade autoconsciente".

Sobre sua participação no Saia Justa, disse que conversar é algo difícil e que enfrentou muitas reações quando manifestou no programa sua posição favorável à pichação; "uma cidade pichada é uma cidade mais expressiva, mais viva".

Márcia Tiburi me pareceu sincera. E também por isso foi confrontada por algumas pessoas do público que manifestaram discordância em relação a algumas opiniões da escritora. "Você não é dona da verdade", disse um senhor que se manifestou.
Sim, ela não é dona da verdade, mas eu gostei das verdades dela.