terça-feira, 26 de abril de 2011

Conferência de Cultura - mobilizações

Está todo mundo ligado que nesta sexta e sábado tem a Conferência Estadual de Cultura em Santa Maria. A cidade está se mobilizando pra participar do evento que vai discutir as políticas públicas do Estado para a cultura.

Então, ontem, algumas pessoas ligadas à cultura se reuniram no Boteco do Rosário para discutir a participação na Conferência. Uma nova reunião ocorre nesta quinta-feira, às 18h. Abaixo, segue a ata da reunião de ontem.


Com a finalidade de integrar artistas, produtores e conselheiros culturais de Santa Maria, aproveitando o mote da Conferência Estadual de Cultura, segue ata de um reunião realizada com diferentes organizações da cidade, seguido de uma nova proposta de encontro aberto! Confira!

Ata de Conversações sobre Conferência Estadual de Cultura (a ser realizada dias 29 e 30/04 em Santa Maria)

Local:

Boteco do Rosário, dia 25 de Abril de 2011, 20 horas

Presentes:

Art Publica (Juliano Siqueira, Pablo Fronza, André Marcos)

Thiago Costa da Silva, articulador cultural independente

Sala Dobradiça (Elias Maroso, Desirée Tibola, Alessandra Giovanella)

Palco Fora do Eixo (Luise Scherer)

Núcleo Visceral de Imagens Técnicas/Macondo Cineclube (Carolina Berger, Marcelo Cabala)

Macondo Coletivo (Lúcia Dalmaso)


Rede Universidade Nômade (Leonardo Palma)

Considerações gerais sobre o encontro:

Este encontro foi realizado mediante um convite aberto, disseminado/divulgado via web, tendo como objetivo tratar questões gerais delimitadas na programação da Conferência Estadual de Cultura. A partir de assuntos apontados e discutidos, surge a necessidade de mobilizar novos encontros junto a demais produtores culturais e ao Conselho Municipal de Cultura, tanto para tratar da conferencia em questão como também gerar, posteriormente, maior integração entre agentes culturais.

Principais Assuntos:

1) Primeiramente, houve contextualização/debate sobre a atual gestão do MinC e a marcante mudança da implementação de suas politicas culturais. Houve relato de alguns agentes culturais sobre as dificuldades no repasse de verbas dos editais e concursos já lançados e ainda não cumpridos. Além do interesse em discutir questões referentes às iniciativas federais, propôs-se também o debate sobre assuntos relacionados a iniciativas municiais e estaduais, visto que a conferência está prestes a ser realizada no município.

2) Composição de estratégias para a participação do evento, iniciada por leitura da programação da Conferência Estadual de Cultura, surgindo, no entanto, as seguintes questões:

a) Estrutura e organização do encontro, visto que a disponibilização pública da programação não aclara a dinâmica e os integrantes das mesas, debates e falas;

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO AQUI -> http://marcelocabala.blogspot.com/2011/04/encontros-previos-conferencia-de.html

b) Grau de articulação das organizações culturais de Santa Maria para o evento.

c) A existência de participação/contribuição do Conselho Municipal de Cultura para a conferência, sendo este um grupo de representantes da produção cultural da cidade.

A partir de tais indagações, propõe-se por meio deste relato um movimento de integração diversificada, sendo convidados os próprios agentes/produtores culturais santamarienses como também os conselheiros municiais da cultura, afim de enriquecer a participação no referido evento. Tal ideia vem ao encontro de um anseio - a curto e médio prazo – para concretizar debates, parcerias e interlocuções entre os diferentes focos da cultura em Santa Maria.

Desta maneira, este documento será amplamente disseminado com a finalidade de marcamos outro encontro pré-conferência.

Sugestão inicial de data, horário e local:

28/04, das 18h às 20h no Boteco do Rosário (Rua do Rosário, 400. Fone: 3025-3043)

Sintam-se todos convidados e sigamos construindo nossa rede! Proliferar encontros e espaços de encontro: a melhor resistência cultural é a criação, afirmar a arte do encontro e a existência criativa.


Programação Conferência Cultura para o Rio Grande Crescer


domingo, 17 de abril de 2011

UFSM sedia debate sobre a questão das drogas na formação acadêmica

Olha, que legal! No dia 02 de maio, vai ter um debate sobre drogas na Universidade. A iniciativa é do projeto "Educação e Invenção - a pesquisa de estratégias educacionais na formação de educadores", que é vinculado à Pós em Educação da UFSM. Uma ótima oportunidade para ouvir pessoas que pesquisam o assunto e tem uma perspectiva diferente sobre o assunto, que problematiza, que discute questões de fundo e que critica a visão totalmente proibicionista que é difundida pelos meios de comunicação, polícia, e outras instituições. O evento vai ser no Audimax, lá no prédio da Educação da UFSM, às 19h.

Conheço um pouco o trabalho do Guilherme e já participei de um debate com a Flávia sobre o assunto. Tem até registro meu sobre o evento aqui. E postagens aqui e aqui sobre as campanhas da mídia relacionadas às drogas.


Conversa sobre “A questão das drogas na formação acadêmica”.

Convidados:

Guilherme Corrêa (UFSM / Grupo ítaca) – Profissionais formados pela universidade e seu papel numa educação sobre drogas;

Flávia Costa da Silva (SES/RS / Grupo ítaca) – A criação de uma equipe de Redução de Danos: uma educação intempestiva;

Douglas Casarotto de Oliveira (SMS Santa Maria / Grupo ítaca)– A emergência do jovem usuário de crack em Santa Maria/RS;

Thiago Rodrigues (UFF/RJ e NU-SOL/PUC-SP) – Drogas e proibição: proveniências e procedências.

Quando: 02 de maio de 2011

Onde: Audimax (Auditório do Centro de Educação da UFSM)

Horário: 19h

Realizador: Projeto “Educação e Invenção – a pesquisa de estratégias educacionais na formação de educadores” vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM


Jornalismo??

Aproveito o assunto, também, para linkar um vídeo com uma entrevista na Globo News sobre o consumo de drogas entre estudantes universitários. Acessei o vídeo pelo Facebook do Elias, onde, aliás, teve uma boa discussão nos comentários, e também recebi o link por email da Flávia. Vale a pena assistir e se irritar com a postura da repórter que, aliás, representa o pensamento senso comum e a intolerância na forma como se discute o tema.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

A campanha da Feira do Livro 2011

Recebi ontem o email divulgando os cartazes da campanha da Feira do Livro 2011 de Santa Maria, que começa no dia 30 de abril. As peças gráficas foram produzidas pela Facos Agência da UFSM. Na agência, estudantes de Publicidade, Relações Públicas e Jornalismo elaboram campanhas para eventos da Universidade. E fazem muita coisa boa, sem dúvida.

Só que vi problemas nos textos destes cartazes (para visualizar melhor, é necessário clicar em cima da imagem). Sério. São quatro imagens chamando a atenção para a importância da leitura. A chamada comum que aparece no final de cada texto, como uma espécie de conclusão, parece ser "Deixe a leitura entrar na sua história".
Na construção da ideia, a campanha se vale de coisas que fizemos em excesso e que devem ser evitadas para não sermos atingidos pela ignorância. A palavra IGNORÂNCIA, aliás, é um dos conceitos trabalhados e na minha opinião, o que provoca mais problemas.

A campanha, então, pega o nome de quatro filmes para trabalhar o conceito de que a ignorância está sempre presente na vida de quem não lê livros.
Os filmes parodiados são Comer, Rezar, Amar; A menina que roubava livros, Harry Potter e as relíquias da morte, e O Senhor dos Anéis; todos livros que depois viraram filmes, com exceção da Menina que roubava livros que acho que não tem filme. A ideia da paródia é bem interessante, mas achei os textos meio preconceituosos, mal trabalhados mesmo.

O argumento dos produtores da campanha é de que se trata de estereótipos, situações de excesso, como a pessoa que SÓ come, dorme e tuita, a pessoa que SÓ vê televisão. Outra que compra livros e não lê (esta pessoa pode ser eu porque tenho horrores de livros que comprei e não li; sou ignorante então) e a modelete que SÓ usa os livros para corrigir a postura.
Mas eu pergunto: existe este perfil de pessoa na vida real? Quem tuita e come, engorda e é ignorante? Como assim?

Reparem que todos os personagens apresentam uma sombra que são orelhas de burro; achei isso de mau gosto. Não precisava este detalhe, já que os textos são bem explícitos. Aliás, muito texto, diga-se de passagem. Faltou cuidado.


O que não gostei da campanha foi a clara associação do Twitter à ignorância, mesmo que o apelo seja ao excesso. Existe muita leitura no Twitter e é óbvio e desnecessário falar aqui da importância do microblog como fonte de informação e de conhecimento, como LEITURA. Na internet se lê muito, oras.

E aí acho que a campanha erra ao usar a palavra "leitura". Se o apelo fosse ao retorno do hábito de ler LIVROS, pegá-los, folheá-los, frui-los enquanto objeto que está sendo deixado de lado, sim, em parte devido ao computador e à Internet, até acharia interessante; É uma discussão relevante.

Sei lá. Não deve ser fácil elaborar uma campanha de Feira do Livro. Que público se deseja atingir, o que está afastando hoje as pessoas do livros, se é que existe este afastamento. Como convencer as pessoas a comprar livros, que argumentos se utilizar para passar a mensagem de que os livros são maravilhosos, que ler um bom romance ou um bom conto é uma das sensações mais prazerosas da vida.

Não é fácil, gente. Eu respeito o trabalho da Facos Agência e a parabenizo pelo esforço. Este post não tem a intenção de detonar o produto de ninguém, mas sim de problematizar estas questões.

domingo, 10 de abril de 2011

Puxão de orelhas. Te liga, Silvana!

Comentário de um Anônimo no post anterior

"Sil está na hora de escrever e enriquecer esse blog. Já terminou o mestrado. Te liga, queremos novas matérias."

Te liga, te liga, Silvana!!!

Sim, anônimo, terminou o Mestrado; quer dizer, não completamente porque ainda estou envolvida fazendo correções e mandando artigos para eventos . Conclui o mestrado sim; o que não quer dizer que estou só vagabundeando. Mas você tem razão, andei largando o blog e mesmo agora não estou conseguindo atualizar com mais agilidade. Talvez porque ando ocupada em atualizar outros blogs, como do Macondo Cineclube, Fora do Eixo, Poscom etc. Estou como admistradora de outros quatro blogs e isso é meio estressante. Faço parte dos núcleo visceral de imagens técnicas, do cineclube e da comunicação do Macondo Coletivo; e isso toma um bom tempo da gente. Porém nada disso justifica minha irresponsabilidade com o "de mau humor" que não anda fazendo jus ao nome.

Desconfio que te conheço, Anônimo, mas são só suspeitas. Queria explicar também que não escrevo "novas matérias" e sim limito-me a criticar e dar pitacos sobre matérias produzidas pelos outros. Assim, não produzo nada novo aqui; eu comento, me aproprio, reelaboro coisas que vejo e sinto por aí. A palavra "matéria" tem um sentido mais complexo no jornalismo; subentende-se dela reportagem, apuração jornalística, busca de equilíbrio nas opiniões. Não faço isso. Exerço opinião e subjetividade nos meus textos.

Mas valeu o puxão de orelhas! Não tinha muita consciência que há leitores que acessam este blog procurando por algo no mínimo relevante. Não posso garantir a satisfação de expectativas, mas posso me esforçar.
Em breve, um novo post.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ela estava lá

Ela foi com esperança. Não conseguiu acompanhar muito de perto os jogos na Baixada, mas estava sempre ligada nas notícias do jornal e da TV. Sabia que o time tinha muita limitações, mas sempre lembrava da campanha de 2008 que lhe trouxe alegrias naquele estádio que passou a ser tão querido. Estava empolgada pela vitória do time contra o Cruzeiro na semana passada. Vestia a camiseta do Inter-SM comprada em 2008.

Chegou na Baixada no dia 02 de abril, sábado, acompanhada da amiga Francine e lá encontrou os amigos Marcelo e Manuela. Adquirou o hábito de sempre sentar no mesmo lugar na arquibancada geral. Superstição talvez. Sentiu a energia do Presidente Vargas, que não parava de lotar; a cada minuto que passava, mais pessoas iam chegando e tomando seus lugares. Crianças, idosos, adolescentes, jovens, homens e mulheres, um público bem diversificado. Alguns minutos antes do jogo, a uns seis metros onde estava sentada, começa a se organizar uma alegre charanga que fez a trilha musical perfeita até certo momento do jogo. Adorou a charanga e no final da partida chegou a conclusão que os músicos foram a melhor coisa do jogo. Antes do início do jogo, divertiu-se observando as pessoas, ouvindo conversas alheias, escutando os locutores falarem em rádios alheios. Curtiu a expectativa. Começou o jogo.

Ela gritou muito, falou palavrões, gesticulou, xingou o juiz, os jogadores, enfim; fez tudo o que a etiqueta de torcedor de estádio determina. De nada adiantou. Viu diante de si um time cheio de dificuldades, que não atacava, que perdia todos os lances, errava passes e se virava como podia com uma fraca defesa. Viu o Inter-SM levar três gols do Pelotas, um time que nada tem de especial. Testemunhou o rebaixamento do time. Uma torcida indo embora decepcionada. Ouviu torcedores gritarem "time sem vergonha".
Lembrou que o time estava há quatro anos na série A e que os últimos três anos foram de campanha ruim. Talvez a segunda divisão seja algo bom, pensou. É só futebol; se perde e se ganha.
No caminho pra casa parou para comer um xis. Resignou-se no resto da noite e adormeceu.