domingo, 24 de outubro de 2010

#comofaz

É interessante observar como as pessoas se comunicam nas redes sociais. Nos blogs, o texto é cheio de pessoalidade. A linguagem é mais informal, livre, inclusive nos jornalísticos. O querido jornalista santa-mariense Leonardo Foletto observou muito bem, em sua dissertação, estas características específicas da linguagem dos blogs. A professora e pesquisadora Raquel Recuero também se dedica ao estudo das linguagens das redes sociais. Para ela, os blogs, por exemplo, são discursos pessoais. Aliás, Recuero publicou um interessante texto sobre o porquê do Twitter ser tão popular no Brasil. Leia aqui.

E o Twitter? O que caracteriza os seus escritos além do limite de 140 caracteres?

Várias coisas...

Navegando pelo microblog, rede social, rede de informação, whatever, dá pra notar a ocorrência de alguns modos de dizer, uma espécie de código linguístico que influencia os participantes na hora de escrever em 140 caracteres. Esta construção de uma textualidade do Twitter renderia um artigo bem legal, mas como estou sem paciência para ir atrás de referencial teórico sobre linguagens de redes sociais, objeto empírico, contexto e o escambal, vou escrever só um post mesmo, com observações bem banais. Depois até posso pensar em escrever algo mais "acadêmico". Aliás, já devem ter produzido estudos sobre isso, mas eu não vou pesquisar no Google. Afinal, sempre há artigos sobre todos os fenômenos sociais. E isso é bom. Ou não.

Então..Elenquei abaixo algumas observações referentes à construção da mensagem do Twitter, os dizeres que costumo ver e usar na minha timeline.

Hashtag
A hashtag, caracterizada pelo sinal sustenido (#) serve para etiquetar os assuntos. Ela facilita a pesquisa de informações no Twitter. Hashtags como #dilma13, por exemplo, quando clicada, vai trazer à tona tudo que foi dito no Twitter sobre a Dilma, as eleições etc. Nos últimos dias também vimos as hashtags #vejamente, #globomente etc. Outro exemplo: se neste ano a hashtag do Macondo Circus for #circus2010, todas as mensagens sobre o Festival podem vir acompanhada da hashtag, que será usada caso alguém queira pesquisar sobre o evento.

-#tudosustenido. #comofaz pra economizar caracteres além de abreviar tudo?
A questão é que o sustenido, que marca a hashtag, não tem só a função de etiquetar um assunto. O que se nota no Twitter é que qualquer dizer, com os mais diversos fins, pode vir acompanhado do famosinho #.

O #comofaz é uma das "hashtags" mais comuns da rede. Sinaliza dúvida, apelo, pedido de conselhos ou sugestões, ou uma simples reflexão da pessoa. Além disso, serve para economizar caracteres. O #comofaz também já foi incorporado às conversas face to face, sem mediação do computador.
Outro sustenido famoso é o #prontofalei. É a marca de opiniões e palpites. "Eu não suporto gente fumando do meu lado. #prontofalei", por exemplo, hahaha. Também pode caraterizar a publicização de altas revelações ou segredos. Ou insanidades como o sustenido #aloka, um dos mais divertidos do Twitter. Serve pra tudo. Ex: "Hoje estou com vontade de beijar muuuito. Vou barbarizar. #aloka". Hahaha.

O sustenido também serve para sinalizar o tema do tuite. Por exemplo, se eu tuitar: "vontade de espancar o primeiro que me aparecer na frente #tpmfeelings". O sustenido sinaliza que eu estou na TPM. Aliás, o #whateverfeelings (qualquercoisa feelings) é muito usado na expressão de qualquer tipo de sentimento.
Só que o sustenido também pode não ter sentido algum. Podemos usá-lo só pra economizar carateres, já que no sustenido não há espaços entre as palavras, ou para finalizar pensamentos, resumir a intenção do tweet.

Um olá pra quem
Esse dizer é muito legal porque se refere a relatos cotidianos, da vida pessoal e profissional, que podem acontecer com qualquer pessoa. E podem estar associados a hashtags malucas, tipo:
"um bom dia pra quem acordou às sete da manhã, saiu correndo sem tomar café e perdeu o ônibus. #comeceibemodia "
"uma boa noite pra quem vai ficar em casa estudando enquanto os amigos se embebedam por aí. #eusoufelizassim"

Partiu
Como o nosso username já aparece no tweet, pra que escrever "eu" ou "fui" fazer tal coisa?. Vamos simplificar e usar só o "partiu":
"partiu para o trabalho...."; " partiu para o Campus". "partiu pra beber todas..." etc.

desplugando em 3...2...1...
Outra forma de dizer que está saindo do Twitter para a "vida real", haha.
"Saindo em 3, 2, 1..."
Já vi outros usos também, como: "Se irritando em 3, 2, 1..."

Há ainda as brincadeiras do Twitter:
#tuiteumacoisadecriança
#tuitecoisasantigas
#tuiteaPQP (ops!, hehe)
Ha!, também tem as séries:
Eu odeio...ou eu não suporto...
Eu amo...ou eu adoro

É muita coisa relacionada à textualidade do Twitter. Este post já está muito longo e eu
#odeiogentequeescrevepostmuitocomprido
#aloka

sábado, 23 de outubro de 2010

Retiro acadêmico/espiritual

Final de semana de retiro...
Até terça-feira, dia 26, este blog não será atualizado. Motivo: retiro espiritual para finalizar tarefas acadêmicas urgentes, urgentíssimas...

Afinal não ganho dinheiro com isso aqui mesmo, hahaha. :(

Perdoem-me leitores, mas o afastamento é necessário...
Eu também pretendo não ficar com o msn ligado nem acessar o Twitter...Eu vou conseguir, eu sou forte, um passo de cada vez.

Como diria minha amiga, Dai, "beijo, me segue".

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É...não tem jeito. R$ 2,20

E nosso prefeito, heim? Disse no passado que a passagem de SM era cara, que não iria ocorrer aumento...e agora muda o discurso completamente. Baixou dez centavos (r$2,20)em relação ao valor solicitado pela ATU e aprovado pelo Conselho de Transportes(r$2,31), mas reafirmou que em breve o valor será de R$2,31 mesmo, depois que o sistema integrado for realmente implantado. Saiu de bonzinho né Schirmer e deslegitimou o Conselho que sempre teve sua decisão acatada pelo chefe do Executivo.
Também né. Um conselho com Cacism, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, dos Taxistas...vai-se esperar o que...

Eu, como cidadã não motorizada, sem carro, moto ou bicicleta, que me desloco de ônibus pra Universidade, sou contra esse aumento. Razões óbvias. Sou estudante, grana curta, e não usufruo de um serviço de boa qualidade.
Como estudante também nunca gostei da ATU. A Associação sempre fez questão de manter uma relação ruim com os estudantes. A quantidade de documentos pra faze a maldita carteira mostra a vontade de dificultar a compra. A obrigatoriedade de mostrar a carteira para o motorista. As filas pra comprar passagem, os ônibus lotados, a intransigência, o cinismo.. Tudo isso vai criando uma relação de ódio entre ATU e estudantes.
Além disso, os empresários do transporte da cidade enxergam os estudantes como consumidores que deveriam pagar o valor integral e não a metade, como determina a lei. Aliás, se pudesse, os empresários mudariam essa lei. Eles não suportam a ideia desses milhares de usuários do transporte pagando meia entrada. E ainda jogam a população contra os universitários porque disseminam o discurso de que o povo paga pelos estudantes.

Foi legal ver a mobilização do DCE, tão criticado e tachado de comodista nos dias atuais. O barulho dos estudantes na rua foi ouvido. E isso é bom já que a população tem mais marcado na memória os bandos de calouros sujos pedintes de esmola todo início de semestre.

As discussões na rede foram interessantes. As matérias publicados no jornal foram, como sempre, descritivas, apáticas, vazias e com pitadas de polemismo. Tudo em nome do equilíbrio.
No twitter, muita indignação dos estudantes.

Vou linkar aqui alguns textos sobre os protestos e o aumento da tarifa.
Na revista O Viés, a Panka fez um relato interessante sobre o dia do protesto e da votação:
http://oviesrevista.wordpress.com/2010/10/19/contra-o-aumento-da-passagem/

E o blog do DCE resgatou um texto do Ivan Lautert, publicado na revista TXT, da UFSM. É uma entrevista com o Schirmer em outubro de 2008. Claro que faz quase três anos, mas o prefeito diz ali que a passagem de SM deveria ser 1,40. Hehe.
http://avantedceufsm.blogspot.com/2010/10/quem-ganha-com-o-aumento-da-tarifa.html

E tem a versão da Prefeitura, publicada no site do Claudemir Pereira.
http://www.claudemirpereira.com.br/2010/10/tarifa-de-onibus-schirmer-diz-que-aumento-total-so-com-bilhetagem-eletronica/

É..Não é fácil...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mau humor noturno. Pequenos incidentes

Hoje estou a fim de escrever só besteira (haha! como se eu não fizesse isso toda hora né!).
Enfim, este post é totalmente mau humorado...(outra novidade!!!)

E hoje é sexta-feira. Eu costumo dar uma saidinha noturna nas sextas. E, na night, é bem comum eu ficar mau humorada com algumas coisas que acontecem. Não adianta né. Onde há junção de muitas pessoas diferentes, e bebendo, há algum tipo de estresse. Inevitável.
Por isso, decidi enumerar algumas coisas irritantes que ocorrem quando estou numa boate ou bar. Incidentes que podem causar mau humor. Coisa de gente que está ficando velha, haha.
Vamos lá:

1)fumaça de cigarro. Sim, não dá mais. Eu torço pra que proíbam de vez o cigarro em ambientes fechados. Chega um ponto que a fumaça me causa um estado de mal estar profundo, cansaço, lentes de contato irritadas, tosse, problemas na garganta, enfim. Desculpem-me os fumantes, mas eu saio de perto. Nada pessoal. As roupas viram uma nhaca! O cabelo idem. Fora quando te queimam, ou encostam o cigarro no cabelo, porque tem fumante tão folgado que não tem noção de como segura um cigarro sem encostar nos outros (este assunto rende outro post).

2)guria bêbada que tumultua o banheiro.
2.1- gurias que vomitam e emporcalham o banheiro. Dá vontade de espancar essas loucas que fazem isso. Gente sem noção! Vai aprender a beber em casa pra não passar fiasco em público.
2.2-quando entra mais de uma no banheiro pode esperar que vai demorar. Ou ficam se pegando ali dentro ou botando o papo em dia...sei lá. Tem menina que não sabe que banheiro é pra fazer xixi. E deu. Libera, que tem fila.
2.3- guria que resolve lavar a roupa suja no celular, na fila do banheiro, falando alto pra todo mundo ouvir. Essas são as show-girls. Adoram gritar, xingar a pessoa do outro lado, fazer histeria no telefone. E a gente, que está na fila, tem que ficar ouvindo o barraco...e até consolando depois, haha.
2.4-guria que resolve dar cantada no banheiro. Ai, me poupe né. No banheiro? Superromântico.

3)Gente folgada. Sabe aquele povo louco que acha que é dono da pista? Dançam se espalhando, sem se importar com os outros. Fazem uma rodinha de dança enorme. Totalmente sem noção. Aí a gente começa a empurrar pra ver se a pessoa se toca e ela olha pra ti com cara de inocente, de quem está sendo agredida injustamente. Irritanteeeeeee!!!! Eu já tive que apelar para cotovelada...

4)Pisada no pé de sapato de salto fino. Aiiii...All star, tudo bem, não dói quase nada. Mas levar pisada de guria com saltão é foda. Uma vez uma amiga minha ficou com o pé roxo por dias.

5)Gente que derruba cerveja no chão e molha todo mundo. OK. Todo mundo já fez isso. Acontece. É comum eu estar falando, mexendo as mãos, e pá no copo das amigas. um saco! Fedentina na roupa até o final da festa.

6)Pessoas que ao invés de pedirem licença resolvem te arrastar. E tem aqueles que aproveitam pra agarrar a gente né. Saco! Porque uma coisa é ser educado e pedir licença de um jeito delicado, até encostando a mão no ombro e tal. Outra é o menino, ou menina, passar por ti e ir te pegando na cintura..ai, ai, ai...calma aí....

7) Bêbado mala. Pior que estar bêbada é aguentar os bêbados que vêm falar com a gente, haha. Isso até é mais engraçado do que irritante. Torna-se irritante quando a pessoa não desiste e além disso começa a te insultar. Porque está bêbada. Aff..
E os casaizinhos que resolvem brigar ali, no local. Entram na festa pra se emburrar, haha. Ela vai embora, de cara, e ele fica ali na festa, aproveitando, hehe (tão conveniente!)

8)Estrutura fail: filas, filas e filas, lugar hiperlotado, ar-condicionado insuficiente, falta de exaustor, cerveja quente, banheiros sem papel higiênico, falta de isopor para a cerveja, garrafas espalhadas no chão (tem gente que não mexe um dedo pra colocar garrafas vazias nos devidos lugares e prefere atirar no chão). É que também não adianta esperar que pessoas mal educadas em casa sejam diferente em locais públicos. E como tem gente grossa nesses lugares. Pavoroso!


Enfim, é óbvio que essas coisas não ocorrem todas juntas, não é. E devo ter esquecido de várias outras. São coisas que irritam, mas não chegam a estragar a noite. Aliás, se eu pensar em tudo isso antes de sair, nunca mais eu saio, hehe.
Ai, acho que estou ficando velha mesmo...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Devir-criança

eeeeee...
Dia das crianças....

A barraquinha da Mônica no terraço de Porto Alegre foi uma das coisas inesquecíveis da infância, hahaha.








E a Alice cutica, na chácara, em Restinga Seca, foi outra. Não que a barraquinha esteja no mesmo nível que a Alice. Óbvio que não, haha.


É por isso que continuo dizendo que quero um devir-criança!!!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

Mídia e eleições em debate na UNIFRA

Momento corporativista. Assuntos jornalísticos. Parte 2. Parabéns pra mim que não consigo atualizar o blog no mesmo dia dos eventos que eu vou e deixo pra fazer isso uma semana depois.

Mas eu preciso registrar algo sobre o debate Mídia e Eleições que aconteceu na quarta-feira à noite, na UNIFRA.
Para uma plateia de professores do curso de Jornalismo da UNIFRA e alunos no início do curso, o professor de sociologia, Reginaldo Perez, iniciou sua fala dizendo que estava ali para provocar. E foi o que ele fez. Chamou os jornalistas de lixeiros de plantão, de ingênuos, disse que o campo do jornalismo é uma máquina de moer gente onde os jornalistas têm duas opções: ou se adaptam à realidade ou caem fora.
O assunto imprensa e a revista Veja obviamente surgiram na discussão. Perez contou que estuda a revista há 24 anos. Mostrou capas da Veja veiculadas durante a eleição. Capas consideradas descritivas (sem ataques diretos), e capas fortes, acusatórias, opinativas e claramente posicionadas politicamente, como o caso Erenice Guerra. "Do ponto de vista político, a Veja é mais importante que toda a imprensa escrita junta. Nenhum meio conseguiu produzir agenda como a VEJA, inclusive agenda televisiva". Pior que isso é verdade. E que a Veja é um panfleto político, que faz desjornalismo e que representa um desserviço ao País também é verdade, mesmo que Perez considere isso normal, natural ou "parte do sistema".

Quem também falou sobre jornalismo político foi o assessor de imprensa de Pimenta, Ricardo Lopes. A polarização Serra x Dilma, as pesquisas eleitorais e a internet foram escolhidos por ele como os três destaques dessa eleição. Sobre as pesquisas, Lopes comentou que quando Dilma liderava os números, a grande imprensa começou a dar espaço à Marina Silva como via alternativa e criou uma artificial pauta ambiental. Além disso, o editorial do Estadão declarando apoio a José Serra também marcou a campanha. A Folha de S.Paulo não fez isso porque ainda faz questão de manter a máscara de uma parcialidade. Falsa, óbvio. "O jornalismo impresso não tem mais a força que tinha embora ainda tenha força no agendamento político". O jornalista também citou as séries de reportagens como a do Jornal Nacional. Para ele, as matérias do telejornal mostraram cidades e situações como se estas representassem todo o País. É. Concordo. Estas séries de reportagens sobre o País nunca são de graça. Mesmo assim, não posso opinar porque não vi nenhuma.
Sobre a internet, Ricardo disse que ela ainda não está totalmente consolidada devido à "falta de credibilidade" em relação aos meios tradicionais, por exemplo. Bom. Discordo totalmente dessa afirmação do Ricardo. Aliás, não suporto esse papo de dizer que a "internet não tem credibilidade", mas isso fica pra outro post.
Aliás, quem falou sobre a potencialidade dos blogs, Twitter e redes sociais nas eleições foi o jornalista Fritz Nunes. Segundo Fritz, estes meios produzem hoje leituras críticas e debate sobre os principais assuntos do País. Afirmou que realmente existe posicionamento político por parte dos grandes meios de comunicação, mas que a imprensa não pode agendar assuntos baseada em artificialismos e factóides. "A internet dispõe de meios que permitem uma leitura mais aprofundada que não existe na mídia tradicional"

Depois das primeiras falas, veio a parte mais polêmica do debate. Uma jornalista da plateia comentou sobre a questão do posicionamento da mídia, criticou o discurso panfletário e sacana da revista Veja e perguntou a opinião dos debatedores.
Apesar de ter sido muito indelicado com a jornalista, o professor Reginaldo Perez disse coisas interessantes. Afirmou que não existe discurso neutro, pois a própria linguagem em sua natureza não é neutra, e destacou que os jornalistas não podem ser ingênuos de achar que eles têm uma "missão" salvadora do mundo. Ou os jornalistas operam dentro do sistema e da realidade que estão aí ou caem fora. Para o professor, não existe outro jornalismo a não ser o que se vivencia agora.
Mais ou menos né, professor. Porque essa visão leva em conta somente o mercado de trabalho empresarial. Como muito bem frisou a professora Liliane Brignol, esse discurso de "podridão do sistema" considera a mídia de um ponto de vista homogêneo e não leva em conta todo o movimento da internet e as novas formas de jornalismo que tem se desenvolvido por aí.

Enfim, foi bem interessante o debate. Meu texto talvez tenha ficado meio confuso, por isso recomendo a matéria da Matéria da Agência Central Sul de Notícias da Unifra, que ficou bem melhor. Está aqui.
A foto é de Pedro H. Porto, gentilmente enviada para mim pela professora Sione Gomes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fim dos jornais?

Momento corporativista...assuntos jornalísticos.

Terça passada eu perdi o debate sobre o fim dos jornais impressos que ocorreu na Sedufsm. Droga! Imprevistos...
Em tempos de internet e jornalismo digital bombando, muita gente se pergunta sobre o futuro do Jornal Impresso, ainda mais depois que o Jornal do Brasil parou de circular na forma impressa.
No debate promovido pela Sedufsm, estavam presentes a minha orientadora e professora do curso de Jornalismo da UFSM, Luciana Mielniczuk, o jornalista Claudemir Pereira e o repórter de ZH, Carlos Wagner.
O Fritz Nunes, jornalista da Sedufsm produziu um bom relato sobre o evento que eu reproduzo aqui. A foto também é dele:

Jornais terão que se reinventar, dizem os palestrantes do Cultura na SEDUFSM

Jornais impressos sobreviverão? Talvez. Mas, e de que forma? Eis um dos motes da discussão de ontem à noite

Os jornais não acabarão, mas eles terão que se reinventar. A opinião é do jornalista e colunista político de A Razão, Claudemir Pereira, que também é responsável por um site de informações que leva o nome dele. Para o repórter especial de Zero Hora, Carlos Wagner, a briga entre jornais e a internet é algo sem sentido, pois há espaço para todos. Já a professora de jornalismo da UFSM, Luciana Mielniczuck, considera que a redução do espaço dos jornais no mercado começa antes do surgimento da internet e tem relação com a questão da “qualidade do jornalismo” que se produz. Essa seria uma síntese das análises manifestadas na noite desta terça, 5, durante o Cultura na SEDUFSM que, em sua 43ª edição, trouxe como tema “O fim dos jornais impressos”. Cerca de 40 pessoas prestigiaram a atividade, que teve a coordenação do presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro.

O ponto de partida para as discussões do debate é a transformação de um dos mais tradicionais jornais do país – o Jornal do Brasil, JB – de impresso apenas para a versão eletrônica, ocorrida no início do mês de setembro. Se no Brasil, essa situação ainda é pouco comum, em países como os Estados Unidos, a migração dos impressos para a versão digital tem se ampliado. Em uma de suas intervenções, o jornalista de ZH, Carlos Wagner, destacou que a grande questão que está por trás de tudo são os custos, pois a internet torna mais barato fazer jornais. Entretanto, fazer reportagem investigativa, de qualidade, tem um custo bastante alto, destaca ele, autor de dezenas de grandes reportagens, que acabaram se transformando em livros.

Claudemir Pereira, que ao longo de mais de uma década foi editor do jornal A Razão, afirma não saber como será tecnologicamente um jornal do futuro, nem sabe se será na versão impressa, mas acredita que continuarão existindo. Na realidade, o fenômeno que se verifica, segundo ele, é a diluição da influência dos jornais, ou do conteúdo produzido por eles, a partir da disseminação da internet, especialmente das redes sociais como o twitter e o facebook. O jornalista deu exemplo por ele mesmo, pois durante o debate dos candidatos a presidente da República, acompanhou o enfrentamento político pelo twitter e não pela televisão.

Para a professora Luciana Mielniczuck, um dos pecados dos grandes jornais é de continuarem se comportando como se não houvesse internet e, por isso, em algumas situações, acabam se tornando antiquados. “O impresso ainda não encontrou seu novo lugar”, ressaltou ela. Sobre o comportamento dos jornais, Carlos Wagner analisa que o futuro dos impressos passa pela consolidação do repórter como um “produtor de conteúdo”. A partir da internet, argumenta, o que se destaca é a “comunicação direta” através das chamadas redes sociais e, com isso, o papel de intermediário exercido pelo jornalista está com os “dias contados”. A partir desse fato, antevisto por Wagner, o papel do jornal impresso seria de “formação e análise”, se destinado a uma elite cultural. A internet e o rádio, vaticina, serão as ferramentas da comunicação de massa.

OVERDOSE- O jornalista de ZH elogia a internet e as redes sociais em um aspecto: formou-se uma pressão nas redações e a prepotência dos jornalistas está sendo questionada. Entretanto, o grande perigo, segundo ele, é que a redação passou a trabalhar sem “filtros”. A instantaneidade, na maioria das vezes, impossibilita a apuração mais profunda sobre a veracidade das informações. “Ficou mais difícil separar boato de informações”, destacou Carlos Wagner. Ele também frisa que a credibilidade do profissional passa justamente pelo processo de apuração da notícia. E, atualmente, na opinião dele, 80% do que aparece em ferramentas de comunicação como no twitter são totalmente “dispensáveis”.

Wagner diz que uma das características do século é a “multitarefa”. Isso pode ser exemplificado por boa parte das pessoas que vivem plugadas à rede virtual. Não basta mais receber e enviar e-mails ou bater papo pelo Messenger. Com a disponibilidade e popularização das redes sociais, quem não está no Orkut, no twitter ou no facebook, é visto de certa forma como um pária.

Para Luciana Mielniczuck, a questão do “deslumbramento” com a internet é um fato real nos dias atuais. Contudo, há quem esteja conectado a maior parte do tempo por uma questão profissional. O jornalista Claudemir Pereira enfatiza que acompanha as notícias através da rede virtual cerca de 16h por dia. E isso não ocorre apenas pelo computador. O celular também é uma ferramenta nessa conexão com as notícias em tempo real. Claudemir cita que acessa pelo menos 40 sites diferentes, diariamente.

Portanto, o consenso único é de que não há certeza em relação ao futuro do jornal impresso. Ele pode se tornar um produto a ser consumido por uma elite cultural, mas também pode passar a ser lido em uma forma virtual. Os elementos colocados por todos os debatedores referiram de que o modelo atual de jornalismo impresso está fadado a perder cada vez mais terreno, especialmente pela repetição de conteúdos já disponibilizados pelas ferramentas virtuais. A questão se torna mais intrigante quando se sabe que a internet ainda não é um instrumento massivo no Brasil. Nos grotões, ainda se ouve basicamente rádio. Quando a internet chegar à maioria da população, será que o jornal impresso sobreviverá?

A Agência Central Sul de Notícias, da Unifra, também divulgou um texto sobre o evento. Está aqui.

É. Os jornais impressos terão que se reinventar, cada vez mais. Interessante discussão para o jornalismo e para a sociedade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

#Eleições 2010 (4)

Todo mundo dizendo que o primeiro turno da eleição foi morno e tal...Mas queriam o que?
Quem sabe a gente tenta elencar aqui, então, os destaques dessas eleições. A mídia adora fazer isso...
O que marcou o pleito de 2010...

- Tiririca. "Vote Tiririca. Pior do que está não fica". Hahaha. Tem que rir pra não chorar né. Acredito que antes de chamar todos os eleitores do Tiririca de burros, precisamos tentar entender este fenômeno. Eu ainda tô matutando. Voto de protesto? Identificação com uma figura popular e midiática? Não sei...vamos pensar...
O Muniz Sodré escreveu sobre isso no site do Observatório de Imprensa.
No blog do Papo de Homem também tem um texto falando das subcelebridades que se se candidatam e sobre o tal voto de protesto.
E não me venham os gaúchos criticar os paulistas por ter eleito o Tiririca porque nós elegemos o Danrlei e Deus Goleiro, o Mano Changes e a Ana Velha Lemos. E o RJ elegeu Romário e Bebeto.

- Marina verde fenômeno de votos. Apesar do discursinho vazio, meio irreal e abstrato, ela conseguiu mobilizar 20% dos eleitores. Como? Pessoas que não querem o Serra, mas também não foram tocados pela campanha de Dilma. Marina conseguiu chegar a esse eleitorado...Para pensar também...
Aí vai um texto interessante: http://www.idelberavelar.com/
E aqui outro: http://www.twitlonger.com/show/6b44f4

-Twitter. Sim. Não tem mais graça eleição sem Twitter ou Internet. Adeus TV, jornais e meios estáticos e pouco interativos!
Aproveito para linkar um excelente post do Tiago Dória intitulado "Eleições 2010: internet reforça militância e 'mídia cidadã'".

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições 2010. Santinhos forram ruas...

Agora eu não estou a fim de comentar sobre resultado de eleições. Mas vou registrar minha indignação com a prática dos candidatos de atirar santinhos na frente dos locais de votação, durante a madrugada que antecede a eleição.

Caramba! Isso é nojento. Não acredito que tenha tanta gente "perdida" que saia de casa pra votar, pensando: "vou votar no primeiro santinho que cair no meu pé". Por favor! Óbvio que muitas pessoas podem até fazer isso, mas nada justifica a quantidade de material jogado. E não é só santinho, não. É folder, material caro, ali, aos montes, nas avenidas e ruas da cidade. PQP! É dinheiro botado fora mesmo...

A minha irmã, Alice, foi testemunha. O mesmo caminhão de um candidato passou três vezes na frente do Colégio Cícero Barreto pra atirar material na rua, durante a madrugada. Ela viu.
Só que eu andei pela rua e vi material de todos os partidos, ou seja, TODOS fizeram isso. Argh!

E quem vai limpar isso tudo?
E é prática nacional porque minha prima Juliana me mandou uma foto lá de Goiânia mostrando a rua tomada de propaganda eleitoral. Essa foto de baixo é dela. Valeu, Ju!
A foto acima é da rua Silva Jardim, em SM.
Deveria estar acostumada, mas é deprimente!

sábado, 2 de outubro de 2010

#eleições 2010 (3)

Então...o debate na Globo foi meio chato...nenhum momento muito tenso a não ser quando a Dilma se expressou mal ao falar das doações oficiais da campanha...de resto, a Globo organizou um debate concentrando em perguntas entre os candidatos. Dilma não perguntou pra Serra e vice-versa. Dilma estava cansada, sem energia; poderia ter tido um desempenho melhor, mas conseguei expor as realizações do governo em diversas áreas. Marina até que foi bem, agrediu, tentou criar uma diferença entre projetos, mas não apresentou uma proposta clara...Plínio foi o mesmo de sempre; discurso vazio, irreal...Serra não convence; não tem jeito.
O Jornal Nacional mostrou hoje as reportagens que acompanharam Serra, Dilma e Marina durante a semana. Gostei das matérias. Marcelo Canelas foi quem acompanhou Dilma e acho que foi o melhor material dos três.

E amanhã tem eleições. Fui caminhar hoje e vi quantidades de santinhos espalhados pela rua. E os tais cavaletes nos canteiros...Evitei de ir ao centro essa semana, para não esbarrar nos entregadores de propagandas...Sim, eu sou uma chata, haha.

Acho que esta foi a eleição da Internet...pelo menos pra mim. Olhei algumas coisas na TV, mas acompanhei mais de perto as notícias e comentários pelo Twitter.
Só que já saturei. Estou torcendo pra que não haja segundo turno.

Boas eleições pra todo mundo...E não votem inconscientes, mas ''conscientes'', hehe.