terça-feira, 27 de abril de 2010

Caco na Feira

Depois de somente ouvir um pouco do show da Band On The Run, no foyer, vulgo hall, do Theatro Treze de Maio, fui conferir ontem o bate-papo com o jornalista global Caco Barcellos, na praça Saldanha Marinho que ficou tomada pelo público.
Caco falou dos seus livros de não ficção - Rota 66 e Abusado - e relatou suas vivências no morro da Rocinha e Dona Marta na época em que estava escrevendo Abusado.

Em meio ao assunto da elaboração dos livros, o jornalista deu suas opiniões sobre a pena de morte e segurança pública. Afirmou que no RJ, por exemplo, a segurança está presente nos bairros ricos enquanto as regiões mais pobres ficam abandonadas. Quando a polícia aparece na periferia, é para executar. "30% das mortes no RJ são praticadas pelo Estado em áreas mais pobres, porque os bairros ricos tem mais segurança. É o conceito de autoritarismo no lugar do de autoridade". Acrescentou ainda que os intelectuais cariocas adoram o BOPE, a elite da polícia retratada no filme Tropa de Elite, e citou pesquisa que apontou que a maioria das pessoas favoráveis à pena de morte no Brasil tem ensino superior. Um segmento que entende que "bandido bom é bandido morto" sem se dar conta de que estes bandidos são responsáveis por uma porcentagem muito pequena dos crimes no Brasil. Lembrou que a grande maioria dos homicídios brasileiros não é advindo de latrocínios, mas de desavenças, discussões entre vizinhos, conflitos familiares etc. "Vejam quem são as pessoas que matam seus filhos...advogados", disse ele referindo-se ao caso Isabella Nardoni.
Caco também falou da importância de discutir a proibição das drogas de maneira séria. "Nada pode ser pior do que a simples proibição. Isso tem que ser discutido".

Enfim, Caco Barcellos falou muito, contou histórias, opinou sobre temas polêmicos. Ao final, uma grande fila se formou para pedir autógrafos ao jornalista.

A foto é do site da Feira do Livro, de autoria do Diego Fontanela, da UNIFRA.

2 comentários:

  1. Não entendo como esse cara tá ainda na Globo. Deve ter algum acordo do tipo "eu fico, se vcs me derem liberdade de falar sobre as coisas que escrevo". Sei lá!

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  2. A Globo precisa de caras como ele para não perder mais credibilidade ainda...é estratégico, digamos assim...e o cara é bom...não deve ter acordo, não...

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