A morte
Por Vinicius de Moraes
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.
À morte
Por Florbela Espanca
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E, como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera…quebra-me o encanto!
Por Fernando Pessoa:
O que é a vida e o que é morte
Ninguém sabe ou saberá
Aqui onde a vida e a sorte
Movem as cousas que há.
Mas, seja o que for o enigma
De haver qualquer cousa aqui,
Terá de mim próprio o estigma
Da sombra em que eu o vivi.
Marilene Dalmaso Coelho..tia querida...tua doçura, disposição, bom humor e alegria vão fazer falta a todos...
A risada mais gostosa no final de ano.A forma da morte não combina com a tia Marilene,mas infelizmente, ela não dá aviso prévio.
ResponderExcluirFilhas, não sei lidar com a morte dessa cunhada querida. Além de tudo o que voces disseram,foi-se uma mulher forte, generosa, muito acolhedora. A mais nova da familia, de 10 irmãos. Ela era quem acolhia e encaminhava os parentes, (cunhados, irmãos, sobrinhos) que vinham a S.Maria, as vezes doentes, com problemas.Parece que ficamos meio desamparados. Ela não era qualquer mulher, era amada por outras mulheres e homens, muitos amigos, que soube cultivar pela fidelidade, solidariedade. Vamos sentir muitas saudades, vai fazer muita falta.
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