domingo, 1 de maio de 2011

A cidade respira cultura. Será??


Santa Maria bem cultural neste final de semana. Enquanto uns usufruíam da Programação da Feira do Livro, que começou no chuvoso sábado pela manhã, outros participavam das discussões da Conferência Estadual de Cultura que reuniu pessoas de vários municípios do Estado, interessadas em acompanhar os planos da política cultural para o Estado e também para o País. Na abertura do evento, o auditório do Colégio Marista Santa Maria ficou praticamente lotado, reunindo cerca de 300 pessoas. Autoridades da cultura presentes e, claro, políticos, que no sábado não foram mais vistos no evento. Espera-se que tenham deixado assessores, mas nada garantido também.
A abertura foi chata, como sempre são as aberturas deste tipo de evento. Todos os representantes de instituições falam. Representante da Assembléia, da Câmara, do governo do Estado, da Prefeitura. Blá, blá, blá.

Babadinhos do primeiro dia:
-Um pequeníssimo número de estudantes universitários resolveu ir à abertura da Conferência para protestar contra Schirmer em razão de um possível aumento da tarifa de transporte coletivo. "2,30 dificulta o acesso à cultura", gritaram os estudantes quando Schirmer foi chamado a tomar a palavra. Schirmer ignorou num primeiro momento e depois acabou dizendo que em tal lugar a passagem era mais barata que em SM; enfim, não entendi porque ele fez isso. Ficou meio confuso. OK, quer protestar, protesta, mas os estudantes poderiam ter chamado mais gente não é mesmo.
-Pronunciamento da primeira-dama do Estado, Sandra Genro, foi desnecessário. Aliás, desde quando primeira-dama representa governador neste tipo de evento. Estranhei. Ainda mais porque depois transmitiram uma mensagem (não muito feliz, diga-se de passagem) do governador pelo telão. Enfim, Sandra falou mais da vida pessoal, relembrou dos amigos da cidade, de como conheceu o atual marido, dos bailes de debutantes, blá, blá, blá..

No segundo dia de Conferência, reclamação geral do tempo curta para reunião dos grupos temáticos e para os relatos na plenária. O público criticou muito, e com razão, a dinâmica do evento que priorizou as palestras e explanações de autoridades, deixando pouco espaço para os espaços efetivos de troca, de diálogo com a plenária.


Pontos positivos da Conferência.
-Apresentações artísticas. Street Dance, (foto de Biba Campos) Projeto Cuíca, La traviatta, Cia Sorriso com Arte, capoeira dos meninos da FASE de Passo Fundo, Rogério Lobato. Muitas atrações, enfim.
-Presença de agentes culturais de vários municípios de Santa Maria.
- transmissão da TV ovo por streaming e boas entrevistas.
-participação de coletivos e associações culturais da cidade


Pontos negativos
-organização: atrasos das mesas, diálogos com a plenária não realizados, etc.
-pouquíssimo tempo para as discussões dos grupos e para os relatos na plenária final;
-sem wi-fi: impossibilidade de usar a rede no local do evento sem internet 3G
- telão subutilizado: nao serviu pra nada.

O Macondo Coletivo fez uma cobertura da Conferência. Está tudo no blog.


4 comentários:

  1. só pra constar: os estudantes que estavam lá, foram com outros propósitos e aproveitaram a deixa. se fosse um ato organizado, teria muita gente, eu tenho certeza. então não chama (mesmo que nas entrelinhas) o movimento estudantil de desorganizado. quem não conhece a nossa luta, não tem propriedade nenhuma pra comentar sobre ela.
    e o protesto individual não é valido?

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  2. Ha, então foi protesto espontâneo. Acho que foi válido, sim, tanto que registrei aqui e na imprensa local tb saiu. Conheço a luta de vcs contra o aumento da passagem de ônibus; acompanhei, inclusive escrevendo aqui, neste blog, o quanto ela era importante. Eu poderia dizer que quem não me conhece, ou não conhece o que escrevo não tem propriedade para comentar sobre meus posicionamentos. Imagina se todos que escrevessem em seus blogs tivessem propriedade sobre tudo que comentam. É possível? Imagina se os jornalistas só escrevessem sobre as coisas se tivessem total propriedade sobre elas. Faça-me o favor!
    E os outros propósitos dos estudantes na Conferência, quais eram? Como foi a participação? Gostaria de saber.

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  3. não sei quais eram os seus propósitos pois fiquei sabendo do ocorrido depois e não os conheço. mas pelo que sei, não foi um ato organizado. e como eu disse, tu parece conhecer tão pouco sobre o mov. estudantil que comentou apenas sobre o aumento da passagem, quando ele é muito mais abrangente.
    sobre a questão da propriedade pra falar, o que eu pretendia dizer é que quando não se conhece um movimento e como ele ser articula, deve-se pensar duas vezes antes de critica-lo pra não ficar raso. talvez esses alunos nem sejam parte do movimento estudantil, qualquer um pode gritar coisas pro shirmer.
    de qualquer forma, somos tão organizados nos nossos grupos quanto tu é nos grupos que tu participa (ou pelo menos lendo o blog parece participar) com relação a cultura e fazemos um trabalho tão bom e serio quanto.
    mas eu posso falar sobre os teus posicionamentos já que tenho acesso à eles no teu blog e os conheço de certa forma, mas eu não o fiz (pelo menos não foi a intenção). isso não quer dizer que eu te conheça, mas sim que eu sei como tu te porta.

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  4. Tudo bem. Eu discordo que não posso criticar um ato porque não tenho pleno conhecimento de como o movimento estudantil se articula. Eu posso criticar o que eu vejo e escuto. Eu estava lá e ouvi a manifestação; achei válida, já disse. O fato de não ter sido organizada ou planejada para este fim, responde a minha crítica. E eu nunca falei que o DCE não é organizado. É claro que eu tenho minhas opiniões sobre o DCE; inclusive na área cultural, acho que ele poderia ser mais atuante. Mas isso fica pra outra conversa. Se tu quiser, me mandar um email pra gente conversar melhor.

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