terça-feira, 28 de setembro de 2010

Debates #eleições 2010

Assistir debates de candidatos e acompanhar o Twitter é uma experiência interessante. Diversão garantida. Atenção dispersa, óbvio. Se o debate estiver chato, o Twitter vai se encarregar de entreter o telespectador-multisemiótico que está com um olho na televisão e outro no computador.
Aliás, há pessoas que preferem acompanhar o debate pelo Twitter do que vê-lo na televisão. E com certeza, acabam tendo uma boa noção de como foi o "embate" entre os candidatos. Há pessoas muito boas na arte de tuitar debates políticos, haha.

Falo isso também porque o pessoal tem reclamado, no Twitter, da chatice dos debates. No domingo, assisti ao encontro dos presidenciáveis na TV Record. As perguntas mais apimentadas, algumas bem opinativas também, das jornalistas da Record, tornaram menos enfadonho o debate, trouxeram um pouco de tensão ao clima...

Então, acho que a tal chatice dos debates, na minha opinião, se deve a duas questões:

1)o formato quadrado e hipercronometrado da organização:
- 30 segundos para pergunta, um minuto para resposta, 30 segundos para réplica e mais 30 segundos para tréplica. Argh!
Essas restrições, obviamente necessárias, de tempo exigem do candidato uma imensa capacidade de síntese. Como falar sobre a situação da saúde em UM minuto? Como expor uma proposta em UM minuto? Complicado né...Deve ser difícil para os políticos, que adoram uma falação, sintetizarem ideias complexas em tão pouco tempo. É claro que muitos já estão treinados e lidam bem com isso. Outra coisa que anda ocorrendo é a repetição dos assuntos discutidos nos debates. Sempre as mesmas perguntas, sempre as mesmas respostas. Discursos que se repetem. Um saco!

2) a postura dos candidatos.
Pode ser mera impressão minhas, mas acho que os candidatos têm preferido não se arriscar muito nos debates. Ousam pouco. Há poucas provocações ou críticas fundamentadas. Sobram palavrórios de efeito, retórica vazia, sofismos, falácias...Óbvio que nem todos os candidatos fazem isso...
Plínio, por exemplo, assumiu o triste papel do velhinho engraçado, a figura que diverte o público nos debates. Não faz uma crítica fundamentada, repete frases de efeito o tempo todo tipo "todos são corruptos menos o PSOL" e coloca sua candidatura como a salvadora da moral. O PSOL, na representação de Plínio, perde a chance de ser uma oposição qualificada, uma alternativa no sentido mais radical da palavra, para se colocar como um partido puro, formado por pessoas incorruptíveis que irão fazer a revolução socialista no Brasil. Revolução que nem eles conseguem explicar à população. Fala sério! Muito mais lucidez e coerência tem o candidato a governador Pedro Ruas, aqui no RS. Este sabe se posicionar num debate.

E por falar em RS...No twitter o pessoal comentou que a RBS deve ter sido a única emissora que usou um sistema idiota eletrônico para sortear os temas das perguntas do debate que ocorreu ontem. Enquanto todas as outras emissoras fizeram o sorteio com papel mesmo, a RBS resolveu "inovar" e fez o esqueminha de sortear na tela...É mais moderno, gente!

Já escrevi demais. Mas o tema vai continuar a ser discutido aqui no blog porque quinta-feira tem o debate dos presidenciáveis na Globo...
Sobre o PSOL, aproveito para linkar o texto do blog E o verbo se fez texto. Confere lá...

3 comentários:

  1. Os debates estão engessados mesmo. Falta dinâmica.
    Achei aquele sistema de sorteio da RBS um pouco "suspeito". Tão mais fácil fazer o sorteio no bom e velho papelzinho, mas como tu bem disse, assim é mais moderno.

    E a propósito, já não consigo mais ver o debate sem estar com o twitter aberto. rsrs.

    Aguardarei o debate e o post de quinta :]

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  2. Falta dinâmica mesmo. Ainda mais quando são sete candidatos como o debate de ontem, no RS. De qualquer forma, debates são interessantes para conferir o desempenho dos candidatos. Eu tb não consigo mais ver debates sem twitter, haha. Virou doença...

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  3. Acho inútil os tais debates. Parece concorrência de quem fez melhor curso de oratória e de quem treinou melhor como dizer muuuuuito em pouquísssimo tempo e ainda de quem consegue ser mais convincente, mais simpático, etc. etc. Não ajuda muito não.

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