terça-feira, 9 de novembro de 2010

Paul in reports

O post é de assunto atrasado...

Não fui no show do Paul McCartney. Não tinha grana, não me organizei e também não me empolguei muito pra ir. Gosto das músicas do Paul, adoro Beatles. Comecei a ouvir Beatles tardiamente, quando estava na Faculdade. O relacionamento é recente, portanto. Mas com toda a certeza, dentre as mais belas músicas que eu conheço, os Beatles são autores de várias delas.

Confesso aqui, com toda a humildade, que fiquei, sim, com invejinha de quem foi no show, principalmente depois de ler os comentários mega hiper emocionados no Twitter. No início, invejei mesmo. Depois comecei a me irritar com tanto elogio, aclamação e histeria.

Mesmo não tendo ido no SUPER, HIPER, MEGA show, conforme os tuiteiros que no Beira Rio estiveram no dia 07 de novembro, tenho interesse nos relatos. Relatos que não sejam só emocionais ou superficiais, como os eu vi no Twitter: "sem palavras", "maravilhoso", "não há o que dizer". Como assim, não há o que dizer? Jornalistas contaram que foram no "show das suas vidas" e não conseguiram fazer um relato sobre isso...Aff...

Então, eu pedi para dois amigos da área do jornalismo e um de outra área escreverem um texto sobre o show pra eu publicar aqui. Os do jornalismo não tiveram tempo ou não quiseram. O único que gentilmente me mandou um relato pessoal sobre o show foi o Ivan Zolin, professor da UFSM. Ele escreveu um texto bem reflexivo sobre o show do Paul:

A Criatura e o Criador

O processo de criação é um dos mais complexos. A eterna dúvida: “Ser ou não-Ser”. Quem é capaz de dar existência a algo que ainda não É? A capacidade de individualizar-se e descolar-se da coletividade é o ato por natureza da criação e, portanto do existir. Esse processo tem uma dose de “magia”: conhece-se, porém não se explica. A razão é o suporte da idéia e não o seu conteúdo. Ela dispõe e as circustâncias propoem. A relação entre a potência e ato é que determina o mundo.

Verificamos isso por excelência na obra de arte. É quando a criatura é capaz de ser maior do que o criador. Artista e obra se completam, no entanto cada um com força própria. É grande e lindo ver essa relação, não é de subordinação, mas de independência. Foi isso que percebi ao assistir o show de Paul McCartney, no último domingo. Participei de um evento em que a força estava na obra de arte (as músicas), e principalmente no artista. É um mostrar-se da criatura e do criador, não de competição, mas de celebração.

Ninguém é grande por si. Maior ainda são seus feitos. Quando o viver e o fazer se encontram temos a plenitude da criação.

A grandeza do show foi a Arte, o processo de criação, isso é impossível de ocorrer sem a interação entre artista e obra. O encontro entre Criatura e Criador. Não é possível a existência de um sem o outro. Assim como são os criadores são as criaturas.

Presenciar isso é participar também da criação, ainda que seja como expectador, aquele que percebe a grandeza do momento. Esses são momentos de vitalidade, em que um jovem pode ter 68 anos.

Filosofou, heim, Ivan! Hahaha. Ficou interessante !
Além da simpatia de Paul, destacada por várias pessoas que viram sua performance, Ivan ressalta ainda o profissionalismo do ex-beatle, que se apresenta sem deslumbramentos ou vaidade pessoal. Um músico versátil, que domina o uso de vários instrumentos. "Deu pra perceber também uma grande interação entre ele e sua banda, uma naturalidade na apresentação, sem "pirotécnia", somente uma queima de fogos no final, mas sem muitos exageros".

Outros relatos
No podcast quarto de empregada do blog Inculto, do William Araújo, ele, Raero Monteiro e um convidado, comentaram de forma bem humorada o show. Vale a pena escutar.

O Máucio também comentou, em artigo publicado no site do Claudemir Pereira, que Paul é o mais marqueteiro dos Beatles, haha. No mesmo site, também há outro relato sobre o show.

O jornalista Guilherme Zanini também escreveu uma matéria para a revista Guitar Player. Tirando as últimas duas frases, meio exageradas, um bom texto, com certeza.

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