terça-feira, 4 de maio de 2010

jornalismo online em pauta na Facos

Um jornalista que domine os processos básicos do jornalismo "convencional"- como redação e apuração de uma notícia- e que entenda também de internet, produção e edição online e até mesmo programação. Conforme Pedro Dias Lopes, editor-chefe de online do Grupo RBS, este é o perfil de profissional procurado hoje e que está em falta. Lopes esteve hoje pela manhã, na Facos, dando palestra aos estudantes de jornalismo.

A atividade, que faz parte das comemorações dos 46 anos da Zero Hora e ocorreu também em outras faculdades gaúchas, teve cobertura via Twitter realizada por quatro estudantes na Bat Caverna, prédio 21 do Campus. Foi bem interessante a cobertura do microblog que divulgou as principais informações da palestra além de fotos e detalhes de bastidores.

Lopes falou sobre reportagem multimídia, na importância de se pensar a matéria para a versão online de um jornal (gráficos, vídeos etc) e afirmou que estamos vivendo uma época pulsante e interessante para fazer jornalismo. Na opinião dele, cada vez mais, serão exigidas do jornalista habilidades de programação, produção de infográficos, etc, tarefas que o jornalista costuma delegar a outras pessoas.

Um dos pontos mais interessantes da fala de Pedro Dias Lopes foi a questão do hiperlocalismo, a cobertura detalhada de pequenas regiões, o jornalzinho que cobre os eventos de um bairro, o blog que é alimentado com notícias de uma comunidade etc.

Sobre as redes sociais, Lopes destacou que estas são fundamentais para o jornalismo porque pautam e disseminam informações. No entanto, afirmou que quando o veículo erra no twitter, é muito mais difícil desfazer o equívoco. "No twitter, o erro se multiplica e assume proporções enormes".

No final da palestra, o editor foi muito questionado, por professores e alunos, em relação à falta de atualização e velocidade do site do jornal Diário de Santa Maria. Lopes afirmou que a audiência do diário online não justifica muitos investimentos e afirmou que não há planos de mudanças. "A audiência de SM é menor que a de um blogueiro médio de zero hora".
Conforme ele, a estratégia mais correta hoje são os sites hiperlocais em lugares onde o grupo RBS não tem um jornal. Informou que até o final do ano, devem ser lançados seis sites hiperlocais. Como exemplo de hiperlocalismo, ele reproduziu uma matéria feita para a zero hora online, em Porto Alegre, quando um porco se soltou numa das principais avenidas de Porto Alegre (bem coisa de RBS mesmo...o porco que arruma confusão, o cachorro querido, o gato que fala e tal...)

O jornalista admitiu que é problemática a transição do jornal impresso para o online, pois o perfil do jornalista de impresso ainda é muito diferente do que se espera para a produção online.

É um conflito...
Jornalistas do impresso já têm trabalho demais para se preocuparem com o online. E as empresas querem aproveitar os mesmos profissionais e exige que estes sejam de perfil multimídia. Complicado...

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