sábado, 17 de outubro de 2009

O passado

Quinta eu vi "O passado", produção Argentina-Brasil dirigida por Hector Babenco. Fazia um tempão que eu queria ver este filme porque tinha lido vários textos sobre ele na época do lançamento.
O problema de ficar lendo antes sobre filmes é a decepção que pode vir na hora de vê-los. Acho que criei falsas expectativas porque o filme não foi o que eu imaginava. É óbvio que filmes não têm que ser como a gente espera, mas "O passado" não é "aquilo tudo" que eu li ou o que falaram.
O elenco é bom. Gael Garcia, o maravilhoso, dificilmente se envolve em projetos ruins. A história é interessante. Um casal que se separa depois de 12 anos de casamento e a dificuldade de se apagar um passado que se impõe o tempo todo quando uma das pessoas está disposta a não esquecê-lo. Anna é a mulher que não quer se desvincular do passado, que quer manter o ex-marido preso a ela de alguma forma. O problema é que uma personagem tão interessante como ela é transformada numa "louca varrida", desiquilibrada, lunática. Não precisava! E o homem (o ex-marido) é representado como vítima, um coitadinho que só encontra mulheres loucas e possessivas na vida.
É uma pena quando um filme transforma personagens tão reais em algozes e vítimas, vilões e mocinhos. Babenco não deve ter desejado fazer isso, mas fez, na minha opinião. Também não gostei do texto e dos diálogos. São poucos os momentos em que se explora esta questão do passado. Devemos esquecê-lo ou não? Ele está presente em nossas vidas ou não? Ele volta de repente ou ele nunca nos abandona? Ele pode nos oprimir ou nos libertar? hahahaha, filosofei geral agora!

4 comentários:

  1. É...o filme também não me agradou, mas acho que tem muitas relações doentias e materialista assim. Uma doença...

    ResponderExcluir
  2. O passado marca e não marca... determina e não determina... Como pode?... Pois pode.. Porque sempre há um devir novo... em aberto...um vir a ser, nascendo novo do velho, do passado.. Diria mais que não se trata de "ser ou não ser" mas " ser e não ser".Negamos tudo, e afirmamos tudo...Viu?.. isto pode ser filosofia e não filosofia, pois é real e não é real...Hi,hi,hi.

    ResponderExcluir
  3. E que papo cabeça... Só sei que dificilmente o passado me afeta, talvez pelo fato de ter memória fraca. Afinal o passado nada mais é lembranças do que aconteceu. O passado só se torna concreto quando as pessoas que dele participaram reaparecem no presente. Agora se formos discutir física quântica, daí a coisa muda.

    ResponderExcluir
  4. Pedro, tu tem memória de minigame, esqueceu?? hahha

    ResponderExcluir