terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Diário e o filme do Lula

Matéria bem politiqueira do Diário de Santa Maria de hoje sobre o filme do Lula. O jornal entra no coro, junto com outros veículos, para desqualificar o filme do Lula. Eu não vi o filme ainda, mas acho sacanagem comparar a bilheteria de Lula, o filho do Brasil com Avatar ou Xuxa.
A matéria da página 3 de hoje com o título opinativo "Sem muito cartaz" já traz embutida o pensamentozinho do jornal sobre o filme. Por que, então, não publicam uma resenha decente sobre o filme ao invés de ficar especulando os motivos do longa não ter "deslanchado" em Santa Maria. Por que não fornecem comparativos de bilheteria com outros filmes brasileiros que passaram na cidade que não seja o da Xuxa, pois todo mundo sabe que os filmes da Xuxa sempre atraíram grande público. Por mais que o Lula seja popular, a Xuxa é a Xuxa, com ou sem suas bizarrices. E Avatar é um arrasa quarteirão norte-americano que não pode ser comparado a nenhum filme brasileiro.
O Diário perdeu a oportunidade de produzir uma bela matéria sobre o filme, com entrevistas mais elaboradas e uma análise mais criteriosa e crítica sobre a produção; um texto que falasse de aspectos positivos e negativos do filme, ou mesmo uma resenha, assinada, sobre o filme. Não. Preferiu ficar no discurso fácil, repetindo as ideias opinativas dos outros veículos de comunicação e fornecendo números que nada significam.
Devem estar faltando pautas na editoria de política.

A propósito do tema, Luis Alberto Cassol escreveu um texto sobre o filme. Está lá no site do Claudemir Pereira.

7 comentários:

  1. Sil, vi o filme e do ponto de vista da trajetória do Lula, eu o achei muito modesto. Falo do que acompanhei, tu sabes. Tens toda a razão, o Diário não tem demonstrado capacidade de se livrar do preconceito, de ter autonomia e conseguir produzir matérias, pelo menos, inteligentes. O centralismo direitoso e tendencioso, que a linha editorial da RBS segue, pressiona o diário a ser medíocre.Tem dia, que não tem absolutamente NADA que se aproveite no Diário, apesar de ter gente boa, que sei que tem, entre os jornalistas que lá trabalham. Que pena, afinal o filme já poderia ser analisado do ponto de vista da história e isso pode ser feito de forma crítica, sem problema.

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  2. Silvana, concordo contigo. Eu assisti o filme na segunda sessão do sábado dia 02 e tinha umas 19 pessoas, engraçado que a gente olhavapara os lados antes da sessão começar e imaginava quais pessoas iam ver o filme do Lula. E acertamos algumas. Quando fui ver avatar, nem sabia que era esse fenômeno de público, heheheh, mas depois de ver já previa os comentários das pessoas que foram comigo. Pois bem, a gente antecipa coisas, os lugares de onde as pessoas falam acabam sendo muito previsíveis. Como este artigo do diário. Toda uma volta pra dizer que realmente é uma pena, não terem um olhar mais atento para o filme. Eu gostei muito, e muito pela surpresa diante do filme. O Lula ali, pode ser qualquer brasileiro mesmo. A mãe do Lula, então nem se fala, que baita mulher, nesses tempos em que a desresponsabilização de si é a tônica, aparecem questões muito importantes de uma mãe que dá conta de uma família, de suas questões, que lança os filhos, e particularmente na figura do Lula, lança a utopia. Fala de teimosia, de recuar quando necessário, mas não deseistir. E fala num tom vivo, simples, mas com segurança, com firmeza, nada piegas. Outra coisa que me chamou muito atenção é como o Lula fala, de onde ele fala, ele localiza um lugar, o lugar do trabalhador, mas não um lugar queixoso, reativo ou de ataque. Um outro lugar, o lugar de quem toma decisões, de quem se posiciona no ato. Bem, seguiremos na conversa. Luciane

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  3. Com tais comentários fiquei com mais vontade de ver o filme. Farei isso, provavelmente nessa quarta-feira (13). Obrigada pelas excelentes contribuições da Tereza e Luciane.

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  4. também vi o filme.. e acho inevitável associar ele com um projeto de criação do mito. O filme é apenas um elemento. Um mito nada perfeito, é verdade.

    Isso não é uma crítica ao filme,as mas é intrínseco, inexorável, inevitável. Tu vê a manifestação no estádio e, de cara, vem ele comemorando o Rio 2016.

    Mas acho que a pessoa tem que ter um distanciamento GIGANTESCO pra poder analisar o filme em si, sem ver que ali tá um personagem, um mito global. Não deve ser fácil, quem conseguir, avise.

    E quanto aos números do Diário... bah! É sacanagem mesmo.

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  5. Gente..fala sério..o filme é uma porcaria. Muito mal feito e dirigido. Na verdade não chega nem a emocionar e quanto menos a empolgar. É verdade que é covardia comparar o filme a Avatar..mas perder para Xuxa é uma humilhação e isso acontece porque o filme simplesmente não presta, é simples isso

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  6. naum te conheço,te acompanhava na câmara de vereadores, que por sinal tu sim fazia um trabalho legal lá,adoro teus textos e tuas críticas são ótimas senpre acompanho teu blog.abraço!

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