quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Lula na telona

No post anterior, que faz referência à Lula, o filho do Brasil, diferentes comentários mostraram a diversidade de opiniões sobre o filme.
A Luciane gostou do longa, principalmente da personagem da mãe do Lula, que dá lições interessantes de vida, fala da teimosia, de recuar quando necessário, mas não desistir. Já José Neves disse que "na verdade não chega nem a emocionar e quanto menos a empolgar"'. E o Lucas afirmou que o filme fala da criação de um mito.

Pois bem. Eu fui ver o polêmico longa na quarta-feira. Sinceramente, achei meio boring; não me tocou muito o filme. Mas não posso afirmar que não gostei. Digamos que gostei de algumas coisas mais que outras.
Não é melodramático demais como alguns críticos apontaram. A história é romanceada e se foca bastante na vida pessoal de Lula, nos seus relacionamentos com os pais, esposas e colegas de sindicato, mas isso não torna o filme meloso em demasia.
Vi a história como se Lula fosse um personagem ficcional mesmo. Confesso que não conhecia muita coisa sobre a vida do nosso presidente e foi interessante ver o filme por causa disso; entender o pano de fundo do filme; o que acontecia no Brasil quando os metalúrgicos do ABC resolveram parar as máquinas? O filme traz imagens reais de confrontos entre trabalhadores e polícia, conferindo um aspecto documental à produção e com isso compensando um pouco a vida pessoal romanceada. É interessante assistir a filmes que retratam aquele período da história brasileira.
Na telona, vemos um Lula negociador, que defende o diálogo; que é considerado um representante legítimo dos trabalhadores, em um momento, e traidor em outro momento. Há uma preocupação em não mostrar o Lula um cara radical, de esquerda. Ao mesmo tempo, mostra um Lula comprometido com o direito dos trabalhadores e revoltado com o regime ditatorial brasileiro da época.

O filme não é um panfleto de propaganda, mas também não é completamente descompromissado de um tom de promoção de um personagem. Só que Lula não é candidato e, para mim, esse fato já derruba qualquer afirmação que rotule o filme de propaganda.

Lula, o filho do Brasil, faz jus ao nome. É o Brasil na tela, com sua gente sofrida, com mães pobres que desejam que seus filhos estudem, com ensinamentos simples e verdadeiros, com um Brasil que sofreu na mão dos militares, com trabalhadores explorados e com pessoas que tem paixão e esperança.

Um comentário:

  1. Gostei.Bem descrito nos limites e os acertos do filme. Eu me comovi. E me comove sempre a luta individual e coletiva dos pobres por dignicade e justiça.Lula e sua mãe são os milhões de brasileiros que com um mínimo ( de salario , de bolsa família, de micro-crédito, de cotas) fazem muitíssimo.Creio que muitos braseleiros vendo o filme se sentirão comtemplados por ver a sua história,Este é o medo da elite neo-escravista do Brasil

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