quinta-feira, 13 de maio de 2010

estudantes questionam o JA

Acompanhada do coordenador de rede da RBS, Sílvio Barbizan, e da coordenadora local, Clarissa Schwartz, a apresentadora do Jornal do Almoço, Cristina Ranzolin, participou ontem de um bate-papo com estudantes de jornalismo, da UFSM e Unifra, na Antiga Reitoria. Cristina estava na cidade gravando matérias que serão exibidas na segunda-feira, dia do aniversário de SM.
A jornalista, muito simpática, falou sobre sua carreira na Globo, onde trabalhou três anos e meio, e na RBS onde, há 15 anos, faz o Jornal do Almoço. Sobre o JA, ela destacou que se trata de um "programa bem diversificado", que tem momentos de "hard news", mas também matérias de comportamento (nós bem sabemos isso, Cristina). Sobre esta característica "versátil" do JA, a jornalista foi bastante questionada pelos estudantes. E, claro, veio à tona a questão do interesse público de algumas matérias veiculadas (de animaizinhos maltratados, ou curiosos, por exemplo) que muitas pessoas chamam de "abobrinhas", termo utilizado pela própria jornalista. "Nossa preocupação é fazer um jornal mais agradável, não tão pesado", disse Cristina.
Sílvio Barbizan falou da dificuldade que é escolher os assuntos, pois o telejornal se guia muito pelo feedback do público, pelo que tem mais apelo popular ou ibope. "É uma briga diária para definir os assuntos que entram. É ingenuidade achar que não devemos dar o que o público gosta", afirmou Sílvio, referindo-se às matérias de animais domésticos, por exemplo.

Cristina também afirmou que hoje os apresentadores dos telejornais se envolvem mais com as notícias, inclusive, fazendo aqueles comentários que tanto gostamos no final de cada reportagem. Para ela, essas atitudes mostram um repórter humanizado, que se importa. OK. Tudo bem. Algumas coisas são até aceitáveis. Mas uma coisa é mostrar indignação ou sentimento em relação a algum fato noticiado; outra, é o apresentador emitir juízo de valor ou opinião, que não interessa para o telespectador. Sei lá...polêmico...

A apresentadora do JA destacou ainda a tendência das reportagens de TV de valorizar o repórter. São as reportagens "vem comigo", denominou ela. Ou seja, o repórter é o personagem principal que conta a história, que experimenta, que opina, comenta, ou seja, pessoaliza e subjetiviza a matéria.
Alguns estudantes também questionaram a falta de profundidade ou superficialidade com que os assuntos são tratados no JA. A jornalista atribuiu isso à falta de tempo na televisão, o que impede um tratamento mais aprofundamento dos fatos.
Falta de tempo? Pode ser...mas não é só isso...


4 comentários:

  1. (...) devemos dar o que o público gosta", que maravilha!!!!!
    É o mesmo argumento utilizado pelos produtores dos programas sensacionalistas - do tipo Ratinho, Datena, etc - para justificar o baixo nível da programação que se oferece.
    É, essa é a RBS...

    Leandro Briese

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  2. Hahaha..pois é, Leandro. Este argumento é bem relativo mesmo. Estes programas que vc citou sempre dizem isso: que o público gosta de ver bizarrices, acidentes, sangue, bla bla bla. Também acho que não é bem assim...A RBS ainda se defende dizendo que não faz como a RECORD, por exemplo, que mostra imagens mais fortes de acidentes ou corpos. Não faz isso, mas faz outras coisas...

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  3. Olá, Sil. Tenho a impressão que, pelo menos no que toca a Santa Maria, a RBS terá que melhorar sua pauta. Entra no ar, provavelmente bem no início de junho, o programa do Airton Amaral na TV Santa Maria, do meio dia à uma. Isto é, uuuuma hora de jornalismo inteiramente local. Contra muito menos que isso da RBS e da Pampa.A tendência, mesmo com a limitação da TV fechada, é a perda de audiência. Atenção, a tendência, não a certeza. Mas que algum tipo de adaptação a TV tradicional terá que fazer, não tenho dúvida.

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  4. Hum. Informação interessante, Claudemir. Faz tempo que quero saber sobre essa TV Santa Maria e sobre a participação do Airton. Fico feliz que haverá este espaço jornalístico nesta TV.

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