sábado, 1 de maio de 2010

bate-papo filosófico

Praça lotada novamente para ouvir a filósofa, escritora, e uma das participantes do programa Saia Justa (GNT), Márcia Tiburi, na noite de sábado, durante a Feira do Livro.
Foi bom o bate-papo. Como sempre, as perguntas de caráter não oficial da plateia salvam as entrevistas. Márcia falou de filosofia, do processo de produção dos seus livros, de aborto, feminismo, e do programa de TV que participa. Contou que não se assiste na televisão e fez uma afirmação que depois provocou manifestações na plateia. "Não assistam à televisão, gente; é muito chato. Ler é muito melhor, mais revolucionário e mais subversivo".
Márcia disse ser favorável à legalização do aborto, defendeu a liberdade das mulheres e se assumiu como feminista. "Para mim, o feminismo é uma liberdade autoconsciente".

Sobre sua participação no Saia Justa, disse que conversar é algo difícil e que enfrentou muitas reações quando manifestou no programa sua posição favorável à pichação; "uma cidade pichada é uma cidade mais expressiva, mais viva".

Márcia Tiburi me pareceu sincera. E também por isso foi confrontada por algumas pessoas do público que manifestaram discordância em relação a algumas opiniões da escritora. "Você não é dona da verdade", disse um senhor que se manifestou.
Sim, ela não é dona da verdade, mas eu gostei das verdades dela.

6 comentários:

  1. Tb gostei das verdades dela! E gostei muito das manifestações e do comportamento da platéia. Viva a diversidade de ideias!

    ResponderExcluir
  2. Como ja te disse, boa foto e gostei da frase dela sobre a tv.

    ResponderExcluir
  3. Sil,

    Não vi e não gostei. :) Não simpatizo muito com pichações, ao contrário da grafitagem, embora muita gente envolvida com isso - artistas que me parecem notáveis - não aceitem essa distinção. Assim, não faz meu tipo ficar pichando a filósofa. Mas tem coisas na atitude dela que não "me descem": uma delas é essa banca de pensadora polêmica e super-crítica, estereótipo de filósofo não arrogante que se mistura ao vulgo pra despertar nos ignorantes e passivos diante da realidade o respeito pela reflexão que libertará... Argh! Justamente isso me parece vulgar. Em todo caso, não me sinto muito bem com essa opinião, ou melhor, em publicá-la. Parece rabugice, má-vontade, antipatia particular e desimportante para a discussão. Parece que ao desgostar de alguém que se dispõe a filosofar (?) na praça e na tevê se cai em argumentos arrogantes de uma pretensa autoridade. Longe de imaginar que ela deveria se calar, simplesmente não aprecio as opiniões e presença de espírito da filósofa do Saia justa. Em todo caso, contradizer é convidar à conversa. A diversidade é rica, também acho. Mas com uma condição: desde que permita superar as incontáveis asneiras que se diz nesse mundo. Senão, é conversa fiada. Pra terminar: só me senti a vontade de comentar porque, afinal, esse blog é de mau humor :)

    Abraço!

    ResponderExcluir
  4. Não consigo expressar o quanto estou feliz com o teu comentário!! Sinta-se sempre à vontade de comentar aqui.
    Muito pertinente e importante teu comentário sobre a Márcia. "pensadora polêmica e super-crítica, estereótipo de filósofo não arrogante que se mistura ao vulgo pra despertar nos ignorantes e passivos diante da realidade o respeito pela reflexão que libertará.." foi uma definição muito divertida. Talvez ela seja um estereótipo mesmo. Sinceramente, meu post foi em cima do que ela falou na praça porque nunca li um livro dela e nem a assisto no Saia Justa. Então, realmente, não tenho como debater contigo sobre como Marcia Tiburi em outros espaços que não seja durante uma hora e meia na Praça, em Santa Maria. Mas, é claro, tens todo o direito de não concordar com os posicionamentos dela expostos pelo meu post. Discordo que ela ou seus pensamentos sejam vulgares. Mas ela não filosofou muito na praça não. Eu gostei do jeito dela e de algumas opiniões. Realmente, o blog é de mau humor, mas eu não o exerci ao escrever sobre o bate-papo. Cá entre nós, Daniel, este meu post ficou bem deficiente. Foi um registro, raso, de alguém que me prestei a ouvir.
    Um abraço e obrigada por comparecer por aqui

    ResponderExcluir
  5. Pois eu exercerei o meu mau humor para com a Sra. Tuburi: os textos que ela escreve na Cult são díspares (uns claros, que tu entende o que ela quer dizer, mesmo que ela escreva de modo enrolado, outros são a receita do fracasso, nada-com-nada purinho). O livro dela que eu li (e li só pra ter certeza de que era bobagem) é todo cheio de enganos, e de enrolação (o livro tem pouco mais de 100 páginas e ela fica 43 delas introduzindo o próprio texto... aff!), e o mode de ela argumentar, no Saia Justa, é trista. A Bety Lago faz melhor.
    Popularização da filosofia não precisa vir acomanhada de qualidade duvidosa, penso eu. Não gosto nenhum pouco de pensar que ela representa o que eu faço. Então, pra mim, ela não representa o que eu faço.
    Abraço, Sil!

    ResponderExcluir
  6. Valeu pelo comentário, Gisele. Você com certeza tem mais propriedade para falar dela do que eu, que praticamente não a conheço.
    Durante o bate-papo, ela falou mal da televisão mas depois se contradisse quando o público comentou que só conhecia ela por causa do Saia Justa, hehe. Como eu disse, nunca li nada dela nem vejo o programa. Mas com certeza minha percepção da Tiburi mudou um pouco depois do teu comentário e do Dani. Abraço

    ResponderExcluir