sábado, 22 de maio de 2010

Reflexões do Intercom Sul...as redes sociais

Ai...que vergonha. Três dias sem atualizar o blog. Muito chato...
Bom, de qualquer forma, eu falei que iria escrever sobre o Intercom Sul e não fiz isso...Sei que este assunto não interessa a algumas pessoas que lêem este blog, mas...fazer o que...não se pode contentar a todos, diz o dito popular..

Ai, ai... as redes sociais...os orkuts da vida...
A professora Raquel Recuero, autoridade acadêmica quando se discute Redes Sociais, fez uma fala bem legal na Conferência de abertura do Intercom Sul que este ano tinha como tema Comunicação, Cultura e Juventude. Recuero fez uma apresentação interessante sobre sites de rede social, aquelas famigeradas páginas eletrônicas que consomem com nosso tempo como Orkut, Twitter, Facebook etc.

O que são nossos perfis no Orkut? Segundo ela, são performances, representações, narrativas do eu. Colocamos fotos bonitas, poemas, frases legais...Nós montamos uma performance de nós mesmos...é...faz sentido...
Hoje, vamos numa festa e não pegamos mais o telefone da pessoa. Nós a procuramos no Orkut...queremos ver suas fotos, comunidades, se a pessoa está solteira, casada ou indefinida...isso é muito engraçado. E quem não tem Orkut? "Não tem Orkut, então não está vivo", brincou Raquel.
Além do perfil, há os aplicativos adicionados ao Orkut, que funcionam como "marcas simbólicas do self", conforme a professora. São os joguinhos e o Buddy Poke onde o nosso avatar interage com os amigos, dá abraço, dá beijo, bate palmas, pega na mão...As interações, nas redes sociais, independem do nosso corpo físico. Falando de forma simplista, na rede nós fizemos aquilo que não concretizamos na vida real.
Nem telefonamos mais para os amigos para parabenizá-los pelo aniversário. Pra que? Se é mais fácil e barato deixar um recado no orkut, hehe. Lembrar a data dos aniversários também ficou mais fácil. Se eu não quero mais falar com uma pessoa, eu não vou comunicá-la disso pessoalmente. Eu vou deletá-la do meu Orkut ou bloqueá-la no meu msn, haha..como sou má...

Segundo Recuero, então, a vida na rede é: hipermidiática, pública e coletiva.
Nossa vivência é hipermidiática, estamos sempre conectados e os sites de rede social são como extensões do espaço social. É o tudo online, a hibridização dos meios (a tv, o rádio, o celular, o computador).
A vida na rede é pública. As conversações são públicas, todos estão visíveis. Blogs e sites não podem ser deletados; tudo fica armazenado e visível. A privacidade se esvai...tudo está exposto...
E a vida na rede é coletiva. A interação comanda as ações comunicativas. É o constante contato, expressão, manifestação, entrelaçamento. Comunidades virtuais tornam iguais todos aqueles que se consideram "diferentes" ou "alternativos" porque, nas redes sociais, sempre haverá um nicho, um grupo para nos identificarmos.

Enfim, conforme Recuero, não há como negar que uma nova cultura provém das apropriações das redes sociais. Neste ambiente, as noções de pública e privado se confundem completamente, assim como se altera o próprio sentido do que é "social".

É...muitas coisas a serem pensadas e problematizadas.

2 comentários:

  1. Ai, ai...adoro ler estes teus relatos de palestras, congressos ou aulas magna. É sempre um bom resumo daquilo que eu, sentada na poltrona ao lado, também assisti. hehe

    bjs

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  2. Que alívio. Se tu estás dizendo isso é porque meu relato está mais ou menos fiel então...

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