sábado, 2 de maio de 2009

Jornalista: trabalhador em vias de precarização?

Ontem foi Dia do Trabalhador e eu queria prestar minha solidariedade a todos os jornalistas que ainda trabalham em situação bem precária neste País. Mesmo aqui, no Rio Grande do Sul, sabemos de colegas que trabalham bem mais de cinco horas por dia - nossa carga horária -, ganham menos que o piso salarial, e, o pior de tudo: conheço jornalistas que estão trabalhando em jornais de cidades do interior do Estado que nem o direito de ter carteira assinada têm. Estas condições são mais comuns do que se imagina.
Hoje, os jornalistas têm de enfrentar várias dificuldades para exercer sua profissão. Muitas empresas, interessadas somente na contenção de despesas e não na qualidade dos serviços, preferem contratar estagiários a profissionais, ou delegar a função para pessoas com outra formação. O questionamento do diploma enquanto exigência para exercício da profissão também é um momento delicado por qual os jornalistas estão passando. E a reivindicação por direitos, muitas vezes, é respondida com um "não quer esse salário, tem quem queira; não quer trabalhar nessas condições, tem quem queira". Receber horas extras? um luxo nas redações. Tirar férias depois de um ano? outro luxo. E assim, a precarização vai crescendo cada vez mais. Escolher ser jornalista não é escolher uma vida de sofrimento. É preciso tirar esta lógica das cabeças. Jornalista não nasceu para ser explorado, ora.
É claro que estes problemas existem em diversas profissões, não só no jornalismo. No dia do trabalhador, penso que há ainda muito a se defender, muito a avançar.

6 comentários:

  1. Sil.
    Além disso que tu mencionaste, há aqueles que não aguentam "vida de sofrimento" e largam tudo depois anos de estudo e iniciam uma nova vida. Entendo que a tal lógica de sofrimento já vem dos cursos. Ou será que não?! Somos preparados para ser empregados, não empreendedores dentro da própria profissão

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  2. Olá Silvana e Clarissa! Concordo com vcs que atuar como jornalista não deve ser sinônimo de exploração, jornadas desumanas e salários pífios. Até pq não existe qualidade no trabalho de quem não tem condições decentes para atuar, nem pode se qualificar. Eu mesma, em quase 1 década de atuação, me vi em várias situações de exploração e desentendimento sobre o meu papel profissional.
    Em tempo: Silvana, parabéns pelo blog, já sou leitora assídua.
    Abraço
    Fabiane Machado

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  3. Fabiane! Sinto-me muito honrada de te ter como leitora. Muito obrigada! Dia desses lembrei de ti ao comentar com um colega sobre a assessoria de imprensa da Prefeitura. Lembro-me do teu profissionalismo e como as coisas funcionavam bem quando tu trabalhavas lá. Grande beijo!

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  4. Eu que agradeço pelo excelente conteúdo do teu blog, e não é rasgação de seda não (rsrsrs). Pois é, saí da Prefa e fiquei 2 anos aqui em Cruz Alta, trabalhando no Núcleo de Comunicação da Unicruz. Agora tô retornando para a terrinha. Ler o teu blog, de certa forma, serviu muito para me aproximar de SM (rsrs). Por esta, garanto que vc n esperava, santa-marienses saudosos, se atualizando sobre a cidade, através do teu blog (hehehe)
    Beijão
    Fabiane

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  5. Estou lendo hoje teu blob, dia 4,... creio que a precarização dos jornalistas acontece com todos os trabalhadores do mundo. Mas creio que estas lamentações precisam se converter em lutas, isto é um caminho sem volta mesmo porque fomos nós os trabalhadors que rechaçamos, lá nos anos 70 : submissão ao trabalho assalariado, submetido, padronizado...se faz necessário obrigar o capital a pagar aquilo e aqueles que ele explora e não remunera que são todos os jornalistas precários , todos os que produzem, eventos noticias fatos e boatos e que somos todos nós A luta por uma renda universal é mais do que justa e necessária.Veja quanto dinheiro para bancos grandes empresas, como eles tem direito a não falir nos temos direito a viver e somos nós que fazemos tudo e produzimos o mundo.tenho dito ,beijos.

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  6. Temos um grande poder não mão, mas não nos unimos na hora de pressionar as empresas por nossos próprios direitos. Valeria usar a autorreferencialidade para mostrar a situação em que aqueles que fazem as notícias sobre tantas greves e injustiças de outras categorias estão atuando.

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