quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mídia: espetáculo e monstruosidade



O Mestrado em Comunicação da UFSM, organizou dois eventos bem interessantes nesse semestre. Mesmo atrasada, vou fazer alguns relatos aqui.

A mídia, suas complexidades e problematizações, foram os temas das palestras de Moisés Martins e Jean-Martin Rabot, pesquisadores do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (Portugal), que estiveram, no dia 06 de novembro, no II Ciclo de Debates "Mídia e Sociedade", na UFSM.

O evento foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS, e teve a participação de estudantes e professores universitários da Comunicação e de outros cursos

Moisés Martins falou sobre “Espaço Público e Media: da crise do Estado à crise da cultura”. Para ele, "nossa cultura é a da comunicação generalizada" gerada pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Conforme Martins, vive-se num tempo acelerado e numa cultura acelerada. Neste ambiente, techné e bios se fundem e determinam a cultura e o modo de vida da atualidade. Vive-se, nas palavras de Martins "o princípio de estetização do mundo" e tudo é convertido em emoção, que é controlada pelas tecnologias. Nesse sentido, a mídia provoca as sensibilidades humanas, transverte os conteúdos em euforia, sensações e emoções. Um exemplo é a exposição pública da dor privadas, as notícias sobre acidentes, tragédias, dramas humanos. Enfim, é o espetáculo que rege as lógicas midiáticas. Como Martins afirma, o discurso sensível, efervescente e comovível substitui o discurso objetivo e frio do jornalismo referencial. O que se impõe é a lógica do pathos, do animus, da paixão. Na opinião do pesquisador, é preciso pensar em uma ética para a mídia.

"A liberdade é a incerteza". Com essa frase, Jean-Martin Rabot, deu início à sua palestra sobre “as figurações da monstruosidade nos media”. Para Rabot, a monstruosidade, apesar de trazer referências a algo externo, é uma característica ancorada no homem. Ele lembrou que os monstros nos remetem a elementos negativos, figuras combatidas pelo herói grego, por exemplo. "O monstro é a figura invertida do herói". Na opinião do pesquisador, apesar das histórias separarem o herói do monstro, o bem e o mal estão interligados e incorporado em um só ser. A religião, o politeísmo e outras culturas mostram essa fusão que inclui a monstruosidade. Para Rabot "o monstro está em nós" e isso explica as figurações e representações presentes na mídia.


Parabéns para a nossa turma, que ingressou este ano no Mestrado, e que ficou responsável pela organização dos eventos. Deu tudo certo!!!

Beijos para Luciana, Patricia, Maurício, Leandro, Gisele, Laura, Renata e Fabianos...

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