terça-feira, 14 de abril de 2009

Cotas de SM em rede nacional

O caso da estudante que entrou pelas cotas e depois de um mês de aula teve a matrícula cancelada, porque a UFSM entendeu que ela não merecia a vaga, foi parar no Jornal Nacional na noite dessa segunda-feira.
Ninguém está entendendo direito por que a UFSM fez isso. No final de semana, por meio do jornal, fiquei sabendo que a Universidade tem uma comissão responsável que faz entrevistas com os alunos que entraram como cotistas negros o pardos. A comissão tem, entre outros segmentos, representantes do Movimento Negro. Entrevistada, a menina foi sincera e disse que era a primeira vez que se considerava parda e que nunca havia sido discriminada por ser parda- opção escolhida por ela para entrar pelas cotas. Por tais respostas a UFSM entendeu que ela usou de má fé para consequir a vaga. Como assim? Ela é neta de negro e se considerou parda na hora de entrar na Universidade. Isso está errado? Ela agiu de má fé? Acredito que não. O fato de ela não ter sofrido discriminação por ser parda a exclui de ser merecedora da cota? As cotas são para candidatos que sofreram alguma forma de discriminação?
Achei as explicações do Pró-reitor de graduação pouco convincentes. Será que a UFSM não está cometendo um ato discriminatório ao cancelar a matrícula dessa menina por que ela não teria "consciência" de sua condição?
Muitas perguntas

10 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Um ação afirmativa que veio para diminuir o processo histórico de discriminação está justamente provocando e favorecendo a segregação,negando à estudante - que inclusive já estava tendo aulas - de ter acesso à Universidade. O pior é que tá dando justificativa mais do que nunca para os meus queridos professores da Licenciatura se posicionarem "contra, contra, contra as costas"!!!Parece que tô lendo as colunas do Diogo Mainardi!!!!

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  3. Acho que todos os professores da Universidade são contra as cotas. Este tipo de coisa dá mais munição para os que odeiam cotas, "porque elas tiram as vagas dos nossos filhos que se esforçam tanto". Dá margem para dizerem: "Viu como esse sistema está errado?". Sou favorável às cotas enquanto política social de inclusão e democratização do Ensino Superior.

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  4. Esta aluna, pode-se dizer é desligada, alienada.Será que com toda a carga de negritude familiar e pessoal nunca sentiu uma discriminação por ser parda ou neta de negros? Em que mundo vive?Mas mesmo com toda a sua inconsciência certamente sua vida estã marcada de discriminações... e por isso , com consciência ou não sua opçao deve ser respeitada. Certamente suas dificuldades são tantas, sociais culturais, econÕMICAS QUE SEM AS COTAS ELA Nao entraria na universidade~.

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  5. Silvana,
    É lamentável essa situação que ocorreu com a estudante. A entrevista deveria fazer parte do processo de seleção e não uma forma de exclusão de quem já está na universidade estudando e participando de avaliações. Tenho minhas dúvidas sobre a validade das cotas e penso que a Universidade agiu de forma muito errada nesse caso. Se a estudante sofreu ou não algum tipo de preconceito isso não importa. As cotas não deveriam servir para aumentar o preconceito, mas para facilitar o acesso, para democratizar o conhecimento como você coloca, Silvana. O caso da estudante de Pedagogia só mostra o quanto esta questão não está clara para a própria Universidade. Acredito que é preciso rever todo o processo e voltar ao campo do debate no meio acadêmico.

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  6. Diogo Mainardi...não! Esse cara é um mala, um imbecil...detesto ele

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  7. Sil, o curioso nisso tudo é que ao excluir, a UFSM faz valer o preconceito, e discriminando e excluindo, além de inverter o sentido da política afirmativa, reparativa e de inclusão, a instituição exercita e faz a menina sofrer o que ela declara até então não ter sofrido: discriminação, preconceito e exclusão.
    O critério válido da política de cotas é a auto-declaração! Mas por aqui, presume-se a má-fé, condena-se, e se executa: punitivamente se exclui!

    Por coerência, a UFSM deveria voltar atrás: já que por conta e risco da própria instituição, ao introduzir um critério bizarro (a necessidade de sentir-se discriminado), quando discrimina e exclui, faz a estudante cumprir com o critério bizarro da necessidade de sentir-se discriminada. Mais bizarro ainda foi ver o exercício de justificarem o injustificável. A ação da UFSM demonstra de modo incontestável a necessidade de uma política afirmativa de inclusão e reparação como é a política de cotas!

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  8. Pessoal,
    Sobre o tema da autoafirmação, o professor Diorge Konrad, do curso de História da UFSM, escreveu um artigo excelente que foi publicado no Mix deste final de semana. Vale a pena ler!

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  9. Eu li e achei muito boa a reflexão dele sobre as cotas.

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  10. ei meu povo, dá pra vcs colocarem um link pra este artigo pois vasculhei tudo e não achei.

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