quinta-feira, 23 de abril de 2009

O problemático mundo 'entre os muros da escola'


Alunos "indisciplinados", desinteressados, deslocados. Alunos que desrespeitam o professor e são também desrespeitados. Professores em conflito sobre que atitudes tomar, que avaliação utilizar, que punição é a mais adequada. O complexo mundo escolar e suas difíceis relações estão parcialmente retratados no ótimo "Entre os muros da escola", produção francesa do diretor Laurent Cantet e roteiro de François Bégaudeau, que no filme faz o professor François que é professor na vida real e escreveu o livro que inspirou o filme.
Fui no cinema com meus pais, que são professores, e com minha irmã que está fazendo estágio, dando aulas de Biologia. Eu me interessei muito pelo filme porque sou licenciada em Letras e fiz estágio em 2006 dando aula de português para o primeiro ano do Ensino Médio e inglês para a sétima série da Escola Estadual Érico Veríssimo. Tive bons e maus momentos em sala de aula, tal como ocorre com o professor François no filme. É óbvio que no filme acontecem situações estremadas.
O longa mostra cenas impagáveis, como uma reunião dos professores para falar desde o sistema de avaliação dos alunos até o problema com a máquina de café e a "vaquinha" para comprar uma cafeteira, hehe. Também mostra os famosos conselhos de classe onde os professores se reúnem para falar mal dos alunos.
Fica evidente que as rotinas e problemas referentes à escola são universais; escola é escola no Brasil e em qualquer outro lugar do mundo; é claro que com suas peculiaridades.
Felizmente, e, provavelmente devido ao interesse das escolas de Santa Maria, o filme vai ficar mais uma semana em cartaz. É um filme que todos deveriam ver, desde estudantes e professores até os pais.


6 comentários:

  1. O filme aborda uma discussão recorrente e não é por acaso que a instituição escolar ( no caso francesa)se parece tanto com as nossas escolas. Nossa, quantas vezes estive em conselhos de classe tão iguais ao que o filme mostra! E as discussões na sala dos professores? São muuuuuuuuito parecidas com as que participamos durante décadas. Claro, nossas escolas, desde sempre, no Brasil, seguiram orientação eurocêntricas. A insituição escolar faz parte das instituições disciplinadoras da Modernidade e como todas as instituições da Modernidade encontra-se em crise, crise civilizatória. E os debates giram em torno de mudanças pedagógicas internas à instituição ou alguns falam numa volta a práticas do passado:rigor autoritário "tolerância Zero" como falou um professor num artigo publicado no Diário de Santa Maria, esta semana. Não é um problema só pedagógico, interno à escola e não adianta aumentar repressão. É bom lembrar que a escola sempre foi um local de conflitos (e as vezes de violência). E nem é preciso lembrar da palmatória(castigo físico) mas basta lembrar das práticas opressoras e as vezes humilhantes que historicamente aconteceram na instituição escolar. Creio que, como qualquer instituição, deve ter regras, de preferência discutidas democraticamente mas creio que o fundamental é apostar no diálogo, na liberdade, na criatividade, na cooperação, como práticas para a aprendizagenm e para a resolução de conflitos. Acreditar na igualdade das inteligências, na legitimidade de cada sujeito da comunidade escolar e no direito a ser respeitado,no direito a se pronunciar e ser ouvido e considerado. A escola poderia deixar de reproduzir o sistema vigente e tornar-se laboratório de novos e criativos modos de vida. É preciso abominar defesas de ações violentas, repressoras, discriminatórias, homogeneizantes, lineares, padronizadas e racistas. Acredito na pesquisa, na cooperação, na conversação.

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  2. quem inventou este embrólio que só funciona com hierarquias opressoras demolidora de relações humanas dignas, disciplinadoras de corpos e mentes? certamente este modelo nasceu faz duzentos anos junto com um modelo de sociedade que ja 'não existe mais mas a escola manten-se impávida e inquestionavel apesar de toda a dor e mal estar que provoca.Já é tempo de rever esta estrutura maléfica para crianças , jovens e para os professores Proponho o fim da escola e a utilização dos espaços públicos da escola e da sociedade para encontros abertos democráticos, onde se inventa junto o que fazer, aprender e viver.

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  4. Estou pesquisando sobre Blog, sendo uma iniciante tenho "enes" dificuldades para deixar o meu Blog apresentável.Estou observando vários blogs e ao abrir a sua pág. deparei-me com um tema sobre a Educação que chamou-me atenção, ao expressar por meio de um filme "O problemático mundo entre os muros da escola" Quantos problemas trazidos da sociedade para o interior da escola!Ou seja, da comunidade local, com sua cultura! "Mas como escola aborda os seus conteúdos curriculares???Tudo moderniza, no entanto, a Educação em algumas Unidades Escolares permanecem engessada, ao adentrarmos em seus recintos, parece estarmos vivendo em outro mundo!!!'Problemático mundo entre os muros da escola'.

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  5. Oi Sonia. Dei uma olhada no teu blog. A proposta é interessante, só falta postar textos, o que é muito simples. Na verdade, o nome do filme é "Entre os muros da escola" e acho que ver este filme é muito proveitoso para todas as pessoas da área da educação, porque faz a gente refletir sobre muitos aspectos. Obrigada pela tua participação neste blog.

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  6. Olá vim agradecer a dica para o meu Blog. Assisti ao filme, concordo com você, ele nos leva em vários momentos a reflexão da nossa prática como educadores, pais ou alunos. Apesar das inúmeras dificuldades cotidiana, vividas no ambiente turbulento da escola, nós temos que nos reunirmos para avaliar os problemas coletivamente e apresentarmos uma proposta para solucioná-lo. Sem esquecermos de focalizar a aprendizagem, o educar e cuidar do aluno.
    Abraços,
    Sonia Gallego

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